Nos primeiros seis meses de vigência da lei, o setor retirou de circulação do meio ambiente um bilhão de sacolas plásticas, destacou, acrescentando que o resultado foi acima do esperado. “Nós agradecemos ao consumidor porque reconhecemos que é uma mudança de hábito, mas ele comprou a ideia de uma maneira que surpreendeu positivamente a todos”.
Fábio Queiróz disse que, agora, com a não distribuição gratuita das duas primeiras sacolas, “a gente espera atingir essa meta importantíssima de redução de 2 bilhões de sacolas plásticas em apenas um ano. É muito significativo, em nome do meio ambiente”. A meta deverá ser cumprida até junho próximo.
Antes da lei, o estado do Rio de Janeiro consumia 4 bilhões de sacolas plásticas por ano. “A gente estima chegar a 50% de redução”, assinalou Fábio Queiróz. Os estabelecimentos que cobravam pelas sacolas retornáveis aderiram ao movimento "Desplastifique Já!", lançado no dia 25 junho de 2019.
Reinaldo Lacerda, também autônomo, considerou válida a cobrança pelas sacolas plásticas a partir de hoje nos supermercados. “É melhor para o meio ambiente, vamos ajudar”. De agora em diante, ele prefere seguir a norma. “O meio ambiente está precisando muito. Tem que ser bom para todo mundo”.
O guia de turismo Marcos Santos chegou ao supermercado preparado, com duas sacolas grandes retornáveis. Considerou o início de cobrança pelas sacolinhas plásticas uma medida normal para proteger o planeta. “Quanto menos bolsas se gastar, menos plástico se joga nas ruas e as pessoas aprendem a se conscientizar em reciclar mais”.
Fernanda Barbosa, assistente administrativa, disse que o fim das sacolas gratuitas está de acordo com as tendências mundiais recentes de reduzir cada vez mais o uso do plástico, em prol do meio ambiente. Ela avaliou que para os brasileiros uma medida como essa é complicada de ser adotada, porque “a nossa educação é (usar) sacola plástica no lixo, no banheiro. Mas a gente vai acostumando. Não vi problema nenhum [em pagar pelas sacolas]. E a questão do meio ambiente nem se fala. A questão é esquecer as sacolas em casa. Vai deixar um dinheiro para o supermercado”, afirmou.
De acordo com informação da Asserj, desde 26 de junho do ano passado, os supermercados de grande porte passaram a disponibilizar somente as novas sacolas, produzidas com mais de 51% de fontes renováveis, a preço de custo de R$ 0,08, sem lucro para os lojistas. A Lei 8.472, publicada no dia 15 de julho de 2019, determina que os estabelecimentos comerciais do estado do Rio de Janeiro devem reduzir, progressivamente, o número de sacolas plásticas disponibilizadas ao consumidor, na proporção de 40% no primeiro ano de vigência da lei e 10% nos anos subsequentes, até o quarto ano. A norma revoga também a Lei 1.299, de 28 de abril de 1988, que determinava a entrega de embalagens para acondicionamento de produtos adquiridos pelos consumidores, nas compras acima de três quilos.
O não cumprimento de qualquer das regras impostas na lei das sacolas plásticas sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei de Política Estadual de Educação Ambiental, bem como na aplicação de multa pecuniária de 100 a 10 mil UFIR’S, o que equivalia, para o exercício de 2019, a valores entre R$ 342,11 e R$ 34.211,00.