Moradores de Paquetá cobram manutenção de grade de horários das barcas - Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Moradores de Paquetá cobram manutenção de grade de horários das barcasReginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Por Rachel Siston*
Rio - Aos gritos de "respeita Paquetá", cerca de 50 moradores da Ilha de Paquetá realizam uma manifestação pacífica desde as 11h desta terça-feira, em frente ao Palácio Guanabara, na Zona Sul do Rio. O movimento pede que a mudança na grade de horário das barcas seja revogada.

A alteração foi anunciada no fim de dezembro do ano passado, já foi adiada três vezes, mas a previsão é de que passe a valer no próximo sábado. Se os novos horários foram estabelecidos, o estudante Januário Campos, de 17 anos, que estuda em uma escola no Humaitá à noite terá que mudar de escola.

"Com a nova grade, eu não consigo pegar a barca para voltar para casa. Não tenho condições de me mudar e não queria ter que sair da escola, porque estudei muito para entrar lá, fiz concurso. A única opção viável é revogar a mudança", afirmou o jovem.

Representantes do grupo foram recebidos por membros do governo e entregaram, além de um abaixo-assinado, uma carta explicando os transtornos que a Ilha pode sofrer com as mudanças e pedindo pela estabilidade da grade atual. A reunião, no entanto, terminou sem acordo.
As alterações anunciadas pela concessionária CCR Barcas aumentam os intervalos entre as viagens que ligam a Praça XV, Centro do Rio, a Paquetá e Niterói, na Região Metropolitana. O número de viagens para Paquetá e para a Ilha do Governador também será reduzido. 
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Moradores de Paquetá cobram manutenção de grade de horários das barcas Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Moradores de Paquetá cobram manutenção de grade de horários das barcas Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Moradores de Paquetá cobram manutenção de grade de horários das barcas Reginaldo Pimenta/ Agência O DIA
Em nota, a Secretaria de Transportes informou que a subsecretária de Mobilidade e Integração Modal da Secretaria de Estado de Transportes, Paula Azem, o subsecretário da Casa Civil e Governança, Carlos Alberto Lopes, e o subsecretário Militar Coronel Aristeu Leonardo Tavares receberam integrantes da Associação de Moradores de Paquetá, do Conselho Comunitário de Segurança e do Polo Paquetá - Cultura e Turismo. Confira a íntegra:

"Na ocasião, os representantes de Paquetá entregaram a documentação relativa aos pleitos referentes à grade de horários da linha aquaviária. Ficou acordado que as sugestões dos moradores serão levadas aos secretários de Transportes e da Casa Civil e que, até a próxima sexta-feira (24/01), ocorrerá uma nova reunião para dar prosseguimentos às discussões, principalmente sobre a grade de horários do fim de semana.

A nova grade de horários proposta pela Setrans, aprovada pela Agetransp e definida pela Justiça será implantada pela CCR Barcas a partir deste sábado (25/01). Nela, as principais demandas dos usuários do sistema foram atendidas: o fim da triangulação nos dias úteis (inicialmente sugerido pela Concessionária) e o ajuste às necessidades mais urgentes da população (serviços médicos, escolas, etc). Com isso, todas as viagens Paquetá/Praça XV e Praça XV/Paquetá serão diretas, ou seja, sem baldeação em Cocotá, com a utilização do modelo de embarcação mais moderno da frota, dotada, inclusive, de ar-condicionado. Haverá, ainda, viagens diárias com uma barca maior, para transporte de cargas.

Essa nova grade para os dias úteis foi apresentada pela Setrans após reunião com moradores de Paquetá, Defensoria Pública e concessionária para buscar uma alternativa que gerasse o menor impacto aos usuários. Foram observados os horários de entrada e saída de professores, médicos e estudantes. Agora, a Secretaria concentrará esforços na tentativa de realizar adequações na grade de horários do fim de semana.

A Setrans ressalta que o contrato de concessão do sistema aquaviário apresenta forte desequilíbrio econômico-financeiro, já reconhecido pela Justiça. Um dos problemas enfrentados pela CCR Barcas é a queda no número de passageiros decorrente da ausência de conexões dos ônibus com as barcas, no Centro do Rio, depois que o mergulhão e a perimetral foram desativados."
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*Estagiária sob a supervisão de Beatriz Perez