Feira inter-religiosa, em comemoração ao  Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa - Tânia Rêgo/Agência Brasil
Feira inter-religiosa, em comemoração ao Dia Nacional de Combate à Intolerância ReligiosaTânia Rêgo/Agência Brasil
Por Agência Brasil
Rio - O Dia Mundial da Religião e o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa estão sendo celebrados nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, com a realização de debates no 3º Seminário sobre Liberdade Religiosa, Democracia e Direitos Humanos, no Centro Cultural Justiça Federal, e uma programação intensa, na Cinelândia, que conta com a exibição de filmes e performances na região central da cidade.

As atividades incluem a abertura do festival Cantando a Gente se Entende, de uma feira inter-religiosa e shows com as baterias das escolas de samba Mangueira e Grande Rio, que, neste ano, abordam o tema da intolerância religiosa no enredo que apresentarão no carnaval. As atividades serão encerradas às 22h.

A Acadêmicos do Grande Rio fala sobre um dos mais conhecidos sacerdotes de religiões de matrizes africana no Brasil, o Joãozinho da Gomeia. A Estação Primeira da Mangueira dá o recado com a frase Eu respeito seu amém, você respeita meu axé, com o enredo das Liberdades.

Abertos ao público, o seminário, a feira e o festival são promovidos pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR).

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007, pela Lei nº 11.635, em homenagem à Mãe Gilda, iyalorixá que foi vítima de intolerância religiosa no final de 1999. O objetivo da data é promover o respeito, a tolerância e o diálogo entre diversas religiões no mundo, que pregam como princípio a bondade.

Manifestações

O babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da comissão e organizador do evento, ressaltou que o objetivo é debater os direitos humanos, a liberdade e a democracia. “A intolerância acaba atingindo o conjunto da sociedade, e é isso que estamos trabalhando”, afirmou.

Santos lembrou que a intolerância não é só religiosa, mas também social, econômica e política. “E tem crescido na sociedade em geral, dando espaço para censura, perseguição à comunidade LGBT, aos direitos das mulheres. Tem que ligar a intolerância, no fundo, ao racismo e ao desrespeito aos direitos humanos. A sociedade precisa entender que isso é uma ameaça ao Estado laico, à diversidade e às liberdades. Nós não podemos aceitar isso. Queremos um país diverso”, disse.