Jorge José Elias de Laia - Arquivo Pessoal
Jorge José Elias de LaiaArquivo Pessoal
Por Jenifer Alves*
Rio - Moradores do bairro Almerinda, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado, fecharam, na manhã deste sábado, uma das pistas da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104), na altura do Colubandê, para protestar contra a morte do pedreiro Jorge Jose Elias de Laia, de 61 anos. O idoso, que tinha cinco filhos, foi morto na tarde desta sexta-feira, no dia do próprio aniversário, durante uma ação da PM.
Jorge foi levado para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat) pelos militares, mas, segundo a unidade de saúde, ele já chegou sem vida ao Heat.
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Um parente do pedreiro, que não quis se identificar, diz que os policiais chegaram a tentar incriminar a vítima de ter participado de um tiroteio tiroteio no momento em que foi atingida.
"Eu quero justiça! Ele estava ajudando uma senhora a carregar as bolsas na rua. Ainda colocaram arma em cima dele para dizer que ele estava trocando tiro. Ele morreu com onze reais no bolso. Onde que ele é bandido?", criticou, ao DIA.
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O rapaz conta que ações desse tipo na região são comuns.
"A polícia chega atirando, não olha para onde está atirando, acerta inocente. Os bandidos mesmo saem correndo. Eles não atiram, eles metralham. É tiro para tudo quanto é lado. Matou ele e não foi bala perdida", desabafou.
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A Polícia Militar informou que equipes do 7°BPM (São Gonçalo) que estava fazendo patrulhamento na comunidade do Seis Pedal se depararam com alguns suspeitos. Ao perceberem a chegada dos PMs, os criminosos teriam realizado disparos de arma fogo contra os agentes e houve confronto.
Segundo a corporação, um criminoso ficou ferido e foi socorrido no Alberto Torres. Um revólver e dois radiotransmissores foram apreendidos com ele.
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O caso é investigado pela 75ª DP (Rio do Ouro). "Diligências estão em andamento para esclarecer o caso", disse, a Polícia Civil.

Galeria de Fotos

Jorge José Elias de Laia Arquivo Pessoal
Jorge José Elias de Laia Arquivo Pessoal
Manifestação de moradores em repúdio à ação da PM, em São Gonçalo Reprodução/ Whatsapp O Dia (21) 98762-8248
Manifestação de moradores em repúdio à ação da PM, em São Gonçalo Reprodução/ Whatsapp O Dia (21) 98762-8248
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IDOSOS MORTOS EM SÃO GONÇALO
Jorge é o quarto idoso morto a tiros em São Gonçalo apenas neste ano. No dia 4 de janeiro, Adenir Nunes da Conceição foi atingido no pescoço. De acordo com testemunhas, Adenir Nunes da Conceição, de 60 anos, estava saindo de uma padaria do bairro Portão do Rosa, quando foi baleado no pescoço.
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No dia seguinte, Lisete Pereira, 78, morreu após ser atingida por um tiro peito enquanto varria a varanda de casa, no bairro Arsenal, também em São Gonçalo.
Já no dia 10 de janeiro, a vítima foi Hélio Rangel da Silva, de 67 anos. Ele estava na Rua Lamartine Babo, próximo a uma oficina, quando foi baleado. Ele chegou a ser socorrido por seu filho ao Hospital Estadual Alberto Torres, mas não resistiu.
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De acordo com a plataforma Fogo Cruzado, no ano passado, foram 41 idosos baleados no Grande Rio - 24 deles morreram. São Gonçalo foi o município mais letal: Foram nove mortos e outros três feridos. O número de vítimas fatais na cidade representou um aumento 167% em relação a 2018, que teve três mortos.
* Estagiária sob a supervisão de Rai Aquino