Problemas na qualidade da água da Cedae geraram danos a cerca de nove milhões de consumidores abastecidos pelo Rio Guandu - Philippe Lima/divulgação
Problemas na qualidade da água da Cedae geraram danos a cerca de nove milhões de consumidores abastecidos pelo Rio GuanduPhilippe Lima/divulgação
Por Waleska Borges

Um acordo prevendo a redução nas contas de água da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) será apresentado à companhia, em pelo menos 10 dias. O pacto, que será redigido pelo Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), da Defensoria Pública, visa ressarcir os consumidores prejudicados com a má qualidade da água distribuída.

A sinalização pela indenização foi dada ontem durante encontro da direção da Cedae com representantes da Defensoria e do Ministério Público. A reunião foi uma resposta de ofício encaminhado à companhia pelo Nudecon, no último dia 23. O objetivo era dimensionar a extensão do dano causado à população para balizar a indenização. 

A defensora pública Patrícia Cardoso, coordenadora do Nudecon, destacou a importância de a Cedae ter se posicionado a favor da indenização de forma extrajudicial. "Acreditamos que finalizaremos as negociações em até dez dias", informou a defensora.

Dados da Cedae revelam que os problemas na qualidade da água atingiram 170 bairros da Região Metropolitana. Foram registradas 1.922 queixas diretamente à empresa e a órgãos de defesa ao consumidor, do início da crise até o último dia 17.

Ontem, o Conselho Regional de Química do Rio (CRQ) informou que enquanto não recebe da Cedae os resultados das análises e ainda há relatos de água com odor e gosto alterados não há como garantir a eficácia dos tratamentos adotados pela companhia. "O CRQ já reiterou a solicitação à Cedae para que forneça os resultados das análises feitas a partir do uso do carvão ativado e da argila ionicamente modificada", informou trecho do comunicado.

 

Pedido de água engarrafada
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O vereador Alexandre Arraes (PSDB) entrou ontem com ação popular na 16ª Vara da Fazenda Pública do Rio contra o governo do Estado, a prefeitura e a Cedae, motivado pela crise da água. Na ação, ele pediu que a empresa promova o ressarcimento dos consumidores e que deixe de cobrar a tarifa de fornecimento, até que consiga comprovar a potabilidade da água fornecida.
O parlamentar também requereu que a Cedae faça a distribuição de água potável engarrafada às escolas e hospitais públicos, além dos postos de saúde. "A sociedade está sendo lesada. O que está acontecendo no Rio atenta contra o postulado constitucional da moralidade administrativa e afeta drasticamente o interesse público", justificou o vereador.
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