Um acordo prevendo a redução nas contas de água da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) será apresentado à companhia, em pelo menos 10 dias. O pacto, que será redigido pelo Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), da Defensoria Pública, visa ressarcir os consumidores prejudicados com a má qualidade da água distribuída.
A sinalização pela indenização foi dada ontem durante encontro da direção da Cedae com representantes da Defensoria e do Ministério Público. A reunião foi uma resposta de ofício encaminhado à companhia pelo Nudecon, no último dia 23. O objetivo era dimensionar a extensão do dano causado à população para balizar a indenização.
A defensora pública Patrícia Cardoso, coordenadora do Nudecon, destacou a importância de a Cedae ter se posicionado a favor da indenização de forma extrajudicial. "Acreditamos que finalizaremos as negociações em até dez dias", informou a defensora.
Dados da Cedae revelam que os problemas na qualidade da água atingiram 170 bairros da Região Metropolitana. Foram registradas 1.922 queixas diretamente à empresa e a órgãos de defesa ao consumidor, do início da crise até o último dia 17.
Ontem, o Conselho Regional de Química do Rio (CRQ) informou que enquanto não recebe da Cedae os resultados das análises e ainda há relatos de água com odor e gosto alterados não há como garantir a eficácia dos tratamentos adotados pela companhia. "O CRQ já reiterou a solicitação à Cedae para que forneça os resultados das análises feitas a partir do uso do carvão ativado e da argila ionicamente modificada", informou trecho do comunicado.