Na Ilha de Paquetá, dia 18 de janeiro teve Folia de Reis e os moradores aproveitaram para fazer nova manifestação contra as mudanças estabelecidas pela concessionária CCR BarcasArquivo pessoal/Alessandra Bruno
Por Letícia Moura*
Publicado 20/01/2020 03:00
Folia de Reis, Carnaval e luta. O final de semana em Paquetá foi marcado por diversão e manifestações de moradores e turistas em prol da redução nos intervalos entre as barcas, estabelecidos pela concessionária CCR Barcas, que administra o serviço. Conforme decisão judicial, a mudança nos horários está prevista para começar no próximo sábado, dia 25.  

A moradora Ialê Falleiros, de 44 anos, que faz parte da diretoria da Associação de Moradores de Paquetá (Morena), contou que ficou surpresa com a mobilização de um bloco carnavalesco que foi do Rio até a ilha mostrar apoio ao movimento "Respeita Paquetá". Durante o cortejo, o grupo da capital fluminense ainda distribuiu adesivos com a #RespeitaPaquetá.

O movimento, que luta pelo simples direito de ir e vir da população, está presente na página do Facebook  "Respeita Paquetá". É possível conferir relatos de moradores e admiradores da cidade, alguns já conhecidos de longa data, como o músico Chico Buarque e a atriz Soraya Ravenle.

Como o número de viagens será reduzido, o tempo de espera entre uma embarcação e outra afetará diversos setores da região, como economia, turismo e saúde. Segundo a moradora Ialê, algumas grávidas e enfermos faziam a travessia de barca para embarcar em ambulâncias na Praça XV. Mas o tempo é crucial para o salvamento dessas pessoas, que vão esperar mais por atendimento.

*Estagiária sob supervisão de Bete Nogueira
São Sebastião barrado na barca
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No sábado, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, esteve na ilha para realizar uma missa em homenagem ao dia do padroeiro do Rio, São Sebastião, que é comemorado hoje. A moradora Ialê conta uma situação irreverente que o arcebispo passou por causa da redução dos horários das barcas. "Na volta de Dom Orani (para o Rio), os portões das barcas já estavam fechados, mas foi permitido que ele entrasse na barca para voltar. Mas a guarda que fazia a segurança da imagem de São Sebastião precisou esperar o próximo horário para conseguir embarcar de volta. Então o santo ficou mais um tempinho em Paquetá", revela Ialê.