Rio de Janeiro - RJ - 21/01/2020 - Manifestação de moradores e usuários das Barcas contra a mudança na grade de funcionamento. O grupo se reuniu em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul do Rio, pedindo uma reunião com o governador Wilson Witzel - Foto Reginaldo Pimenta / Agência O DiaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por *Rachel Siston
Publicado 24/01/2020 11:17 | Atualizado 24/01/2020 12:15
Rio - Moradores de Cocotá e Paquetá fazem uma manifestação na manhã desta sexta-feira, em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, contra a mudança na grade de horários das barcas. Também hoje, o Conselho Comunitário de Segurança das ilhas do Governador e do Fundão se reúne com o secretário estadual de transportes, Delmo Pinho. A alteração nos horários foi anunciada no dia 23 de dezembro e chegou a ser adiada três vezes. As mudanças estão previstas para acontecer a partir deste sábado.

Ontem, moradores coletaram assinaturas na estação de Cocotá, que serão anexadas ao recurso da Defensoria Pública do Rio (DPRJ) contra a nova grade. O abaixo-assinado já conta com mais de 21 mil adeptos. Em nota, a DPRJ informou que vai recorrer da decisão. “A Defensoria entende que moradores e passageiros devem participar do processo decisório como forma de minorar os impactos no transporte aquaviário. A DPRJ quer a suspensão imediata da alteração nas barcas.”

Apesar do recurso, em audiência no último dia 15, a Justiça autorizou a implementação da grade, conforme sugerido pela Secretaria Estadual de Transportes. De acordo com a presidente do Conselho, Patrícia Salvador, a intenção do grupo é conseguir a revogação da mudança.

“Nós vamos reivindicar a revogação dos novos horários das barcas. Cocotá está na luta desde 2016, porque já perdemos oito horários das barcas. Hoje, só temos três para ir e três para voltar. Também vamos reportar sobre como essa mudança vai impactar Paquetá, que não tem outro meio de transporte. A gente quer que sábado não aconteça essa mudança”, afirmou a presidente.

Na última terça-feira, moradores da Ilha de Paquetá também realizaram uma manifestação em frente ao Palácio Guanabara. Representantes do movimento chegaram a se reunir com a subsecretária de Mobilidade e Integração Modal, Paula Azem, com o subsecretário da Casa Civil e Governança, Carlos Alberto Lopes, e com o subsecretário Militar Coronel Aristeu Leonardo Tavares, mas não houve resultados e uma nova reunião foi marcada para a tarde desta sexta-feira, na Secretaria Estadual de Transportes. 
"Vamos ouvi-los, eles (Secretaria Estadual de Transportes) ficaram de nos trazer propostas para melhorar essa situação. Não temos mais o que ceder, essa mudança é a destruição da economia da Ilha, mas parece que eles não estão ouvindo, dizem que a gente tem que ter bom senso. Como vamos aceitar uma grade que promove essa comoção toda da população? A gente negocia com a faca no pescoço", lamentou o vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Guto Pires. 
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*Estagiária sob a supervisão de Waleska Borges