Jovem fotografou outra passageira com guarda-chuva dentro do ônibus - Reprodução/Internet
Jovem fotografou outra passageira com guarda-chuva dentro do ônibusReprodução/Internet
Por Jenifer Alves*
Rio - Bancos rasgados, vidros quebrados, mau estado da carroceria e, principalmente, falta do ar-condicionado. Esses são só alguns dos problemas em linhas de ônibus operantes na cidade do Rio, segundo os passageiros. O consórcio Santa Cruz, responsável pelos coletivos da Zona Oeste, é o que mais acumula reclamações dos usuários, segundo levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Transportes.
A estudante Bruna Moura, de 25 anos, mora em Bangu, na Zona Oeste, e se desloca todos os dias para Botafogo, na Zona Sul, onde trabalha. Ela conta que já chegou a presenciar uma passageira com um guarda-chuva dentro do ônibus, da linha 393, para se proteger dos pingos d'água que caíam do ar-condicionado.
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"O ar não funciona, a limpeza é péssima. Fora a demora. Só no último sábado, fiquei 40 minutos no ponto e nada dele aparecer. A espera tem sido constante, parece até que reduziram a frota. Estamos órfãos de transportes de qualidade" desabafou ao DIA
A passageira compara as linhas que atendem à Zona Oeste aos ônibus que circulam na Zona Sul da cidade. Segundo ela, os de Botafogo, Ipanema e bairros da região não se comparam em relação à qualidade aos de Bangu, Campo Grande e localidades adjacentes.
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Mesmo com os problemas e relatos sobre a linha 393, ela não entrou na lista dos coletivos com mais reclamações. Segundo a SMTR, os ônibus com as piores avaliações são: 006 (Silvestre - Castelo), 865 (Pau da Fome - Taquara) e 422 (Grajaú - Cosme Velho), no quesito conduta do motorista.
No que se refere ao serviço, como escassez de ônibus, retirada de linhas das ruas, as linhas divulgadas foram: 834 (Largo do Correa - Campo Grande), 813 (Manguariba - Santa Cruz) e 301 (Rodoviária - Barra da Tijuca).
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Já no que tange à conservação dos veículos, (bancos rasgados, vidros quebrados, equipamentos inoperantes, mau estado da carroceria), os passageiros escolheram: 842 (Paciência - Campo Grande), 847 (Rio da Prata - Campo Grande) e 006 (Silvestre - Castelo).
Secretário de Transportes
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O secretário municipal de Transportes, Paulo Amendola, disse que não está satisfeito com a atuação e tem feito cobranças frequentes às empresas, com base da atuação da equipe de fiscalização da secretaria. Segundo a SMTR, ele destaca a importância da participação da população por meio do 1746 para o registro de denúncias de irregularidades nos serviços prestados.

"A população tem um papel fundamental para apontar queixas e direcionar o trabalho das nossas equipes. E o Ranking Negativo é um termômetro fundamental para que possamos realizar ações pontuais mais ágeis ainda e coibir os problemas identificados pelos passageiros."

A secretaria também informou que segue atenta no monitoramento de todas as linhas e na fiscalização reforçada da frota em circulação. Se obrigações contratuais forem descumpridas, as sanções cabíveis são aplicadas.
Consórcio Santa Cruz
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O Consórcio Santa Cruz alegou que, desde 2014, cinco empresas consorciadas fecharam as portas. Nos últimos anos, ações de contingenciamento têm sido acionadas regularmente, de maneira a minimizar o impacto sobre os passageiros. 

A empresa também reclamou sobre o valor recebido por passageiro transportado que seria de R$ 0,70. O consórcio classificou o preço como impraticável e muito aquém do necessário para garantir a operação do sistema na região.

Um dos pontos destacados pelo Consórcio Santa Cruz também foi a concorrência das vans ilegais, predominantemente operadas pela milícia, segundo a empresa. Além disso, também recriminou a concessão de gratuidades sem fonte de custeio e lembrou a falta ou demora no aumento das tarifas municipais acima da inflação "o que deveria ter ocorrido no início de janeiro", disse a nota.
*Estagiária sob supervisão de Adriano Araujo