No Ciep Marechal Teixeira Lotte, em Realengo, portões ficaram fechados aos alunos até ontem
 - fotos Cléber Mendes
No Ciep Marechal Teixeira Lotte, em Realengo, portões ficaram fechados aos alunos até ontem fotos Cléber Mendes
Por Thuany Dossares e Waleska Borges

O retorno às aulas nas escolas municipais, em meio à crise hídrica, ocorreu com restrições no consumo de água. Em Realengo, na Zona Oeste, alunos de creches tiveram interrompidos a escovação dos dentes e o banho. Em outras unidades de ensino da região, mesmo com a prefeitura fornecendo água mineral, os pais foram orientados a colocar água e copos na mochila dos filhos. O início do ano letivo nas 1.540 unidades da rede foi adiado por um dia devido a problemas na água da Cedae.

"Não podemos escovar os dentes das crianças e nem dar banho", contou a professora de uma creche em Realengo. Uma outra unidade, na mesma região, convocou reunião e solicitou água aos pais. "Coloquei água na mochila do meu neto por prevenção. Mesmo que não pedissem, colocaria", disse Raiane Costa, de 39 anos.

Segundo a professora de uma outra creche, se o problema persistir até depois do Carnaval, quando já estiver passada a fase de adaptação, a situação ficará mais complicada. De acordo com docentes de escolas da Zona Oeste, cada aluno e funcionário receberam duas garrafas de 500 ml. Trabalhadores de um Ciep relataram que a caixa d'água da instituição foi higienizada, mas é usada apenas para a limpeza.

Pelas redes sociais circula um desabafo de um professor de uma escola na Zona Norte. Conforme ele, os profissionais estão recebendo uma cota diária de dois copos de água de 200ml. O docente pede ajuda para que a situação seja denunciada nos ministérios Público e do Trabalho.

 

Prefeitura nega que água foi limitada nas escolas
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De acordo com o coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), Gustavo Miranda, durante o dia de ontem ele recebeu várias denúncias de problemas com água nas escolas da rede municipal.
"A prefeitura não apresentou um plano emergencial para solucionar o problema", lamentou Miranda. Segundo ele, o Sepe enviará notificação formal à prefeitura sobre os problemas, além de apresentar denúncia ao Ministério Público. "Nós defendemos que as aulas sejam mantidas, mas a prefeitura precisa tomar uma providência", ponderou.
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A Secretaria Municipal de Educação informou que não recomendou qualquer limitação à quantidade de copos de água a professores e alunos, que têm garrafas de água mineral à disposição. Quanto a banhos nas crianças e escovação dos dentes, segundo a prefeitura a orientação foi que tomem cuidado durante a recreação com uso de água, devido aos questionamentos sobre o cheiro e o sabor. "Devido à falta de água no início da semana, pediu-se que evitassem apenas o excesso de uso".
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Indústrias de água mineral fiscalizadas
A Vigilância Sanitária Municipal inspecionou ontem três indústrias de água mineral da cidade. A ação, que contou com 21 fiscais, durou cerca de cinco horas e resultou em 18 infrações, duas delas por falta de higiene. As outras 16 foram aplicadas a caminhões, devido a irregularidades no transporte do produto.
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Durante a operação, os fiscais conferiram as condições estruturais e higiênico-sanitárias das instalações das fabricantes. Foram coletadas amostras das águas, que seguiram para análise laboratorial.
Indústrias nos bairros de Água Santa e no Lins foram multadas por falta de higiene. Foram aplicadas multas em veículos de transporte por falta de licença sanitária e ausência de lona, que serve para proteger a carga do calor e evitar contaminação. Dos 17 veículos fiscalizados, 14 eram terceirizados e apenas um estava licenciado pela Vigilância Sanitária.
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Empresas são autuadas
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Cinco fábricas do Distrito Industrial de Queimados, na Baixada Fluminense, foram alvo de fiscalização, ontem, que apurou despejo irregular de esgoto no Rio Guandu. A ação da Secretaria de Estado do Ambiente, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Comando de Polícia Ambiental (CPAm) encontrou irregularidades em quatro delas.
A Citycol foi autuada por lançamento de efluente no meio ambiente sem o devido tratamento. Na empresa Burn foi detectado o armazenamento irregular de matéria-prima e destinação incorreta do esgoto sanitário. A empresa foi notificada.
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A Flash Rio foi autuada, interditada e o responsável conduzido à delegacia. Além do despejo irregular de resíduos, a empresa efetuou desmatamento.
O Frigorífico Vifrio foi notificado a fazer adequações ambientais. Já na Lanlimp não foram encontradas irregularidades. As empresas citadas não se pronunciaram.
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