Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto na Bahia - Reprodução
Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto na BahiaReprodução
Por Bruna Fantti
Rio - O ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega, acusado de chefiar a milícia de Rio das Pedras e investigado por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, ligou para o seu advogado, Paulo Emilio Catta Preta, na quarta-feira, e afirmou que "tinha certeza de que seria morto e não preso". O relato é do próprio advogado, que diz ter pedido para o seu cliente se entregar.
Publicidade
"Ele me ligou pela primeira vez na quarta-feira e disse que estava com muito medo, pois sabia que a operação não era para prendê-lo e, sim, matá-lo. Tentei convencê-lo a se entregar, pois isso me ajudaria no processo. E ele respondeu: 'Se eu me entregar, serei morto no próximo dia'", disse Catta Preta ao Dia.
Indagado a respeito do motivo da desconfiança do seu cliente com a polícia, Catta Preta disse que ele não explicou. Capitão Adriano, como era conhecido, foi morto neste domingo, dia 9, durante uma operação na Bahia, por policiais militares, em uma operação com informações de inteligência da Polícia Civil do Rio. De acordo com nota da Secretaria de Segurança da Bahia ele reagiu à prisão a tiros. Com ele, foi apreendida uma pistola 9 mm.
Publicidade
Ainda segundo Catta Pretta, a ex-mulher de Adriano, que também estava na Bahia, disse que ele desarmado. "Ela me ligou assim que soube da morte. Relatou que o encontrou na última semana e que ele não andava armado. Espero que a morte dele seja investigada", disse o advogado, que relatou estar confiante na absolvição do seu cliente, em um julgamento que ocorrerá no próximo mês. "Ele responde por ser chefe da milícia de Rio das Pedras. E, no processo, não tem provas disso. Em relação à vereadora Marielle, não há nada na Justiça com o nome dele", afirmou.
O nome de Adriano surgiu durante investigação da morte da vereadora Marielle sendo ligado ao chamado Escritório do Crime, que seria um grupo de matadores de aluguel. De acordo com o Ministério Público, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz participavam do grupo e foram os executores da morte da vereadora e de seu motorista, Anderson Gomes. O crime irá completar dois anos em março.