Condomínio Vivendas da Barra  - Armando Paiva / Agência O Dia
Condomínio Vivendas da Barra Armando Paiva / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - A Polícia Civil concluiu que a voz do porteiro que efetivamente liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH). O documento, assinado por seis peritos, também atesta que o áudio da portaria não sofreu qualquer tipo de edição e que a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa.
A informação foi publicada nesta terça-feira no jornal O Globo. A Polícia Civil informou que o caso corre sob sigilo. O Ministério Público não comentou o laudo da polícia.
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No ano passado, o laudo do MP foi questionado devido ao curto prazo que foi confeccionado, mas o laudo elaborado por seis peritos da Polícia Civil confirmou o teor do laudo anteriormente elaborado pela diretora da DEDIT, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Publico (CSI/MPRJ), Maria do Carmo Gargaglione, por meio do qual foi atestado que a voz era do PM reformado Ronie Lessa e que o mesmo havia liberado a entrada do Ex-PM Elcio de Queiroz no condomínio no dia do crime. Também foi confirmado que a gravação era íntegra, ou seja, não havia edição, cuja suspeita de manipulação, à época levantada por alguns peritos, acabou não se confirmando, nos termos do próprio laudo elaborado pela Polícia Civil.
O presidente Jair Bolsonaro comemorou, nesta terça-feira, a revelação do resultado do laudo da Polícia Civil do Rio. "Viu que a perícia descobriu? A voz não é do porteiro!", disse na saída do Palácio da Alvorada.
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Em novembro do ano passado, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra recuou em depoimento prestado à Polícia Federal, e afirmou que o registro de entrada de Elcio Queiroz na casa 58, do presidente Jair Bolsonaro, na planilha de controle do condomínio foi um erro. O funcionário disse que havia se sentido "pressionado" quando deu sua primeira versão, na qual a entrada do suspeito de matar Marielle Franco foi autorizada pelo "Seu Jair".
O Ministério Público do Rio afirmou em coletiva de imprensa no dia seguinte à reportagem que "o porteiro (do condomínio do presidente Jair Bolsonaro) mentiu" ao dizer que Élcio de Queiroz foi autorizado a entrar no local com a permissão de alguém da residência do presidente. Élcio foi ao condomínio horas antes de matar a vereadora Marielle Franco para encontrar outro envolvido no crime, Ronnie Lessa, que também possui residência no mesmo condomínio da Barra da Tijuca.