Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto na Bahia - Reprodução
Adriano Magalhães da Nóbrega foi morto na BahiaReprodução
Por O Dia
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio determinou que o corpo do miliciano Adriano da Nóbrega, morto no último domingo, seja levado para o Instituto Médico Legal (IML). A decisão atende ao pedido feito pela companheira do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Julia Mello. O objetivo é manter o corpo conservado para futuros exames. 
"Oficie-se ao Instituto Médico-Legal, órgão da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, para que providencie, no prazo impreterível de 24 horas, o traslado e a conservação do corpo do acusado Adriano da Nóbrega em câmera de refrigeração apropriada, de forma a evitar o perecimento do corpo do acusado, mormente diante da notícia amplamente divulgada na mídia de pedido de cremação formulado no Plantão Judiciário da Justiça fluminense e também diante das informações contidas nos itens 15 e 16 da petição em análise, que ressalta a inadequação do lugar de guarda do cadáver", destacou o magistrado Guilherme Schilling Pollo Duarte, na decisão. 
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Nesta quarta-feira, o TJ negou a cremação do corpo do miliciano. A família do ex-capitão da PM fez o pedido através de uma liminar, que não foi concedida pela juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do plantão judiciário. O juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri, também proibiu que o corpo do miliciano seja cremado. A decisão foi tomada no processo referente à Operação Intocáveis, do Ministério Público estadual.
Entenda o caso
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O advogado Paulo Emilio Catta Preta, que defendia Adriano, afirmou ter recebido uma ligação de seu cliente na quarta-feira. O ex-PM disse que que tinha "certeza" de que queriam matá-lo para "queimar arquivo". A viúva do miliciano também fez o mesmo relato.
Após a morte, Mônica Benício, viúva da ex-vereadora Marielle Franco, e o PSOL, cobraram explicações sobre a morte de Adriano. O partido vai pedir uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia para cobrar esclarecimentos sobre a morte.
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O capitão Adriano estava foragido desde a Operação Intocáveis, deflagrada em janeiro de 2019, contra uma milícia que atua em Rio das Pedras, comunidade pobre na Zona Oeste do Rio. De acordo com o Ministério Público, o grupo atuava na grilagem de terras, na compra, venda e aluguel irregular de imóveis, na cobrança de taxas da população local e na receptação de mercadoria roubada, entre outros crimes. A Receita Federal chegou a fazer uma parceria com a promotoria para compartilhar dados fiscais colhidos na ação, com o fim de também elucidar o suposto esquema de desvio de salários.