Estação passou por manutenção anual das 8h de ontem até as 4h desta sexta-feira  - Cléber Mendes / Agência O DIA
Estação passou por manutenção anual das 8h de ontem até as 4h desta sexta-feira Cléber Mendes / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - A proposta da Cedae de indenizar em R 1,25 cada consumidor da companhia pelos danos de beber água com geosmina recebeu uma série de críticas por conta do valor irrisório. Em contrapartida, a Defensoria Pública entrou na Justiça com ação civil pública para bloquear R$ 560 milhões e garantir um desconto maior nas contas dos nove milhões de consumidores
O valor proposto pela Cedae virou assunto nas redes sociais. "A Cedae além de prestar um péssimo serviço no fornecimento diário ao consumidor ainda tem essa cara de pau! Estava pagando R$2,00 em garrafas de 1,5 litros, e aí?", disse uma consumidora. "Eu pago R$200 por água suja e recebo R$ 1,25? Podemos mandar a Cedae fazer uma coisa com essa indenização?", criticou outro. "
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"Esta indenização ridícula de R$ 1,25 não paga 1 copo de água mineral. Que a justiça atue firme. E que obrigue a CEDAE e o governo a investirem os R$ bilhões do FECAM (que criamos na Constituição Estadual) em saneamento básico, que foram desviados para outros fins", escreveu o deputado estadual e ambientalista Carlos Minc.
Além do valor irrisório, a partir do momento que o consumidor aceitasse o benefício, não poderia reivindicar quaisquer outros direitos. "A Cedae também fez uma série de exigências para firmar o acordo, dentre elas a de que os consumidores renunciassem ao direito à reparação individual futura. Havia, também, a necessidade de que cada consumidor aderisse individualmente à proposta, o que, no entendimento dos defensores e promotores, é inviável", disse a Defensoria Pública.
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A ação da Defensoria estima em R$ 50 o ressarcimento para cada morador afetado pela má qualidade da água, que será feito por meio de descontos de, no mínimo, 70% do valor da conta até atingir o total da indenização. O órgão pede ainda R$ 54 milhões por dano material individual e R$ 56 milhões por dano moral coletivo, que também poderão ser revertidos em abatimento nas contas.

A Defensoria também pede R$ 20 milhões para reparar danos futuros, valor referente a 15 dias. Se o problema com a distribuição de água persistir, um novo valor será avaliado pelo órgão. Caso a Cedae não cumpra as medidas da liminar, poderá pagar multa diária de R$ 1 milhão.