Profissionais do setor de turismo e dos aeroportos do Rio, diante da presença de turistas orientais, estão temerosos com a possível chegada do coronavírus ao município. Na última segunda-feira, no Trem do Corcovado, no Cosme velho, uma cena inusitada chamou atenção. Uma mulher, com traços asiáticos, chegou de máscara e carregando um bebê. Segundo relatos de funcionários e taxistas do ponto turístico, os visitantes que estavam por perto logo se afastaram.
"A mulher foi passando e todo mundo abrindo espaço. Até uma obreira que estava aqui se afastou. Se eu vejo chineses, fico com medo mesmo. Ainda bem que a maioria vem de pacotes e não almoça por aqui", disse o funcionário de um restaurante que recruta turistas para o estabelecimento.
Ontem, alguns turistas do Piauí que estavam no Corcovado contaram que estavam preocupados. "Meus parentes não queriam que eu viesse para o Rio. Me recomendaram trazer máscara e luva, mas eu não estou com medo", revelou uma senhora.
Taxistas das redondezas disseram que não têm como recusar os orientais. "Ontem mesmo chegou um grupo enorme de chineses aqui de ônibus. Como vamos recusar? As autoridades é que precisam nos dizer o que fazer", comentou um deles. Um áudio que circula nas redes sociais traz o relato desesperado de um taxista no Aeroporto do Galeão. Ao ver dois chineses de máscaras ele diz: "Você vai parar? Vou é o cacete", disparou.
Ontem, ao verem turistas orientais com máscaras, cinco funcionárias de uma companhia aérea apertaram o passo para se distanciarem deles. "Não sabemos se estão infectados ou não. Na dúvida, prefiro evitar", argumentou uma das mulheres. Enquanto entravam em um ônibus de turismo, os coreanos eram observados com olhares receosos. Uma mãe, que aguardava para embarcar em outro coletivo, chegou a puxar a filha pelo braço para afastar a adolescente do grupo.
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