Médico busca atendimento após beber demais e ofende enfermeira em hospital de Nova IguaçuReprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Por O Dia
Publicado 12/02/2020 12:53 | Atualizado 12/02/2020 15:56
Rio - Um vídeo que circula nas rede sociais mostra um homem ofendendo verbalmente uma enfermeira no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na madrugada de segunda-feira. As ofensas foram feitas pelo médico José Gilberto Luna Sobrinho, que se pronunciou através da Internet e justificou a atitude por ter "bebido mais que deveria". Ele alega que procurou o hospital para se "hidratar" após "exceder" na quantidade de vinho que bebeu.

Na gravação, Gilberto, alterado, pede para a enfermeira a medicação pois "é médico" iria aplicar nele mesmo. Diante da negativa a enfermeira, ele a chama de "incompetente". A profissional chega a falar ao depois, sendo ameaçada em seguida. "É o que? Fala alguma coisa? Fala alguma coisa, miserável! Amanhã eu vou chegar o gerente geral do hospital e falar sobre você, como médico. Você é uma miserável, sua fodida", dispara, fazendo mais ofensas à profissional, que não reage.


O médico usou seu perfil no Instagram na noite desta terça-feira para justificar as ofensas à enfermeira por ter se "alterado" por conta do vinho que bebeu. Ele diz que saiu para comemorar com funcionários do seu centro médico e que, por ser "amante do vinho", se excedeu na quantidade e foi buscar atendimento para hidratação no hospital.

"Com certeza fui incorreto, exagerado, mas a felicidade acabou me controlando, acabei mencionando e referindo palavras que não são adequadas para uma funcionária", falou, se defendo dizendo que tem "amor à enfermagem" e que sem a profissão "eles (médicos) não seria nada".

José Gilberto diz que pelo "erro" cometido está sendo "crucificado na Internet" e pede desculpas, falando que não é "médico 24 horas". "Naquele momento eu não era o médico, eu era o Gilberto pessoa. Eu não sou médico 24 horas, assim como nenhum juiz é juiz 24h, nenhum delegado é delegado 24 horas, nem enfermeiro é enfermeiro 24h (...) temos o nosso lado pessoal e eu também tenho. Cometi um erro, assim como todos nós cometemos erros e pecados", disse.

Ao pedir desculpas novamente (aos seus pacientes, em primeiro lugar, que me conhecem) à enfermeira, ele volta a justificar "ter bebido demais" para cometer a atitude e que jamais destrataria alguém. "O meu ato de falta de educação por ter feito libação alcoólica, que é na medicina quando uma 'pessoa bebe mais do que deveria'. Foi o que aconteceu comigo, jamais destrataria uma funcionária. "Não costumo julgar ninguém, mas se quiserem me julgar, fiquem à vontade. Mas antes disso, com um erro meu, conheçam meu passado, minha história".
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O DIA tentou contato com o hospital onde a enfermeira contato, mas ainda não conseguiu falar com os responsáveis pela unidade. Procurado, o Cremerj informou que deve responder apenas pela conduta dos médicos, durante o exercício profissional. Confira a nota na íntegra:
"Diante dos fatos ocorridos no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu, onde um médico, como paciente, agrediu, verbalmente, uma enfermeira que estava em atendimento, o CREMERJ vem se posicionar.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, por dever de seu ofício, deve responder apenas pela conduta dos médicos, durante o exercício profissional. Eles são avaliados, na forma de um devido processo ético, e caso sejam culpados são punidos. O CREMERJ já está tomando as providências, pois, mesmo fora de suas funções, o Conselho entende que as relações humanas devem ser respeitosas e gentis.

E por isto, o CREMERJ estimula a boa relação entre os profissionais de saúde e conduta ética dos médicos, no exercício ou não de sua profissão".
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