Por Anderson Justino
Publicado 15/02/2020 00:00

A primeira morte por sarampo confirmada no Estado do Rio, depois de vinte anos sem registros de óbitos, acendeu o sinal de alerta. Ontem, o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, informou que o número de infectados pode chegar a dez mil até dezembro deste ano caso a meta de imunização não seja atingida — a campanha de vacinação termina dia 13 de março. Entre 2018 e 2019 foi registrado aumento de 1.565% nos casos da doença no território fluminense, saltando de 20 para 333. Hoje acontece em todo Brasil o Dia D Nacional de Vacinação contra o Sarampo.

"O sarampo está matando e pode acontecer uma tragédia no estado. As pessoas estão preocupadas com o coronavírus e deixando de se atentar pelo que é real. O sarampo está no Rio e é real. Todo esforço está sendo feito pelo governo, mas precisamos que o cidadão se conscientize e vá se vacinar", alerta Santos.

O secretário confirmou ontem a morte por sarampo do bebê David Gabriel dos Santos, de oito meses, que faleceu em 6 de janeiro, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele estava internado desde o dia 22 de dezembro no Hospital Geral de Nova Iguaçu com o quadro de pneumonia.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, o bebê vivia na Fundação Assistencial Santa Bárbara, na Vila de Cava. Outros três casos foram registrados no local. Duas crianças e uma cuidadora contraíram a doença, mas já estão curadas. "Quem está em dúvida se tomou ou não a vacina, vá se vacinar. O melhor caminho é a prevenção", esclareceu Santos.

Em 2018, o número de infectados no estado era de 20 pessoas. No ano passado, foram 333 casos. Até o último dia 9 de fevereiro, 189 ocorrências foram confirmadas. A Baixada Fluminense lidera o ranking. Em 2019, o Ministério da Saúde registrou 18.203 casos de sarampo em todo o país. Foram 15 mortes confirmadas: 14 em São Paulo e uma em Pernambuco.

Dia D em todo território nacional
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Doença atinge mais o público infantil
O médico infectologista Alberto Chebabo explica que, na maioria das vezes, o sarampo atinge o público infantil. Segundo ele, é necessário pelo menos duas doses da vacina, a partir de um ano de idade, para considerar que a pessoa esteja imunizada.
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"Muitos adolescentes só realizaram uma dose, uma vez que o esquema foi modificado em 2003 e 2004, com mudança nas idades recomendadas para vacinação em crianças", revela Chebabo.
Conforme o infectologista, crianças com menos de seis meses não podem ser vacinadas e, caso tenham contato com pessoas não imunizadas, podem contrair a doença. "Nessa faixa etária, a doença é grave e pode levar ao óbito. A vacina é a maneira mais eficaz de prevenir", adverte.
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