A unidade, que oferece 108 opções de graduação e e 80 de pós-graduação a distância, possui salas de aula, biblioteca e laboratório - Divulgação/Uninter
A unidade, que oferece 108 opções de graduação e e 80 de pós-graduação a distância, possui salas de aula, biblioteca e laboratórioDivulgação/Uninter
Por Rachel Siston*

Moradores da maior favela do país ganham um incentivo para traçar novos caminhos profissionais. O Centro Universitário Internacional (Uninter) inaugura hoje um polo de apoio presencial na Rocinha, Zona Sul do Rio, para as 108 opções de graduação e 80 de pós-graduação a distância.

A unidade vai oferecer três salas de aula equipadas com televisão e computadores, biblioteca, sala de informática com seis computadores e laboratório para as aulas práticas.

Para a gestora do espaço, Heloísa Barros, criar o polo na Rocinha foi uma maneira de promover mudanças. "Nós vemos um misto de potências e carências. Por um lado, a comunidade é uma impulsionadora econômica, social e cultural; por outro, jovens e adultos buscam se inserir no mercado de trabalho. Queremos levar educação para famílias que necessitam", diz.

A novidade foi o empurrãozinho que faltava para a assistente administrativa Ivone Barros, de 34 anos, realizar o sonho de fazer faculdade. Matriculada no curso de Gestão de RH, ela conta que já trabalha na área, mas pensa em mais oportunidades. "Trabalho como assistente administrativo em um escritório e ajudo o RH em algumas situações. Com a faculdade, posso adquirir novos conhecimentos e uma promoção", afirma Ivone. "Assim como para mim, esse polo vai abrir portas para várias pessoas", completa.

 

Exemplo na comunidade
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Depois que concluiu a graduação em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Barbosa, de 30 anos, sonhava com a pós-graduação e viu no novo polo a oportunidade de investir na carreira.
"Vou ter tempo para fazer o curso, além de economizar com passagem e alimentação. Ter um polo na Rocinha é muito valioso, incentiva os moradores. A comunidade tem muita gente, mas a maioria não tem ensino superior. Quero ser um exemplo para as pessoas da comunidade, porque eu sou nascido e criado na comunidade, e consegui me formar e agora vou fazer uma pós-graduação", afirmou Paulo Barbosa.
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'Novas portas se abrindo'
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A novidade não foi motivo de alegria só para quem vai estudar. Morador da Rocinha, o estudante de perícia criminal William de Oliveira, de 49 anos, comemorou a conquista. "O ensino é uma oportunidade que ninguém tira de nós. É a chance de os moradores se formarem e de outras pessoas conhecerem a comunidade. Todos ganham, são novas portas se abrindo", celebrou.
"O polo vai abrir novos horizontes para os moradores, mostrar um novo mundo, novas oportunidades pra quem quer estudar, sem contar que não vão precisar sair da comunidade: as pessoas vão se interessar mais. É muito positivo", concluiu o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Wallace Pereira.
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* Estagiária sob orientação de Gustavo Ribeiro 
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