Helen Cristina Flauzino (à esquerda) e a mãe Elisete Flauzino (de máscara): elas ainda têm dúvidas sobre a transmissão do coronavírus - fotos Reginaldo Pimenta
Helen Cristina Flauzino (à esquerda) e a mãe Elisete Flauzino (de máscara): elas ainda têm dúvidas sobre a transmissão do coronavírusfotos Reginaldo Pimenta
Por Anderson Justino

O primeiro dia útil após as medidas emergenciais adotadas pelos governos estadual e municipal para evitar a propagação do coronavírus, como o fechamento de escolas, gerou impacto em vários pontos na cidade do Rio. Ontem, locais que costumam apresentar grande fluxo de pessoas tiveram movimentação bastante reduzida. A segunda-feira mais pareceu um dia de feriado.

A mudança na rotina da cidade causou impactos no trânsito do Rio. Até o início da tarde de ontem, o Centro de Operações do Rio (COR) tinha registrado uma média de 22 quilômetros de congestionamento na capital. A média das últimas semanas foi de 56 quilômetros.

Na SuperVia, apesar do vai e vem de pessoas no terminal da Central do Brasil, a concessionária registrou, até 16h de ontem, queda de 76 mil passageiros. Segundo a empresa, a redução representou 20% a menos, em média, do que o fluxo normal de uma segunda-feira.

Passageiros de ônibus também sentiram as consequências das medidas de emergência. Foi o caso do confeiteiro Fabrício Venâncio, que diariamente sai do Méier para trabalhar em Copacabana. "Eu pego o 474 todos os dias e nunca consigo sentar. Hoje tinha até de sobra. Acho que muita gente ficou em casa, mas quem precisa trabalhar não pode mudar a rotina", argumentou.

 

Dúvidas se espalham pelas ruas
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A recomendação, tanto do governo estadual, quanto do municipal, é que as pessoas evitem estar em locais de aglomerações. O deslocamento, por exemplo, só se houver casos de necessidade. Nas ruas, ainda há dúvidas a serem tiradas.

A dona de casa Helen Cristina Flauzino, por exemplo, que acompanha a mãe, Elisete Flauzino, para tratamento de câncer diz que ainda tenta entender como evitar a propagação do novo coronavírus. “Minha mãe é uma das pessoas que faz parte do grupo de risco. Eu ainda preciso entender um pouco mais sobre esse novo vírus para ajudá-la a não ser contaminada. Já passamos por cima de coisas mais complicadas e iremos vencer novamente”.

A cuidadora de idosos Jurema Gonçalves explica que é preciso estar preparado para enfrentar o vírus. “Eu já tomo todo o cuidado preciso por trabalhar com pessoas idosas. Agora, é o momento de estar atento. É preciso prevenir para não remediar”.

O álcool gel não sai da bolsa da analista de contas Flavia Loureiro. “Dizem que a bolsa de uma mulher é um mistério e que tem de tudo. Hoje o que não pode faltar é o álcool gel. A situação está tensa e a gente ainda não tem noção do risco que corremos”.
Já o taxista Erik Barros diz que está evitando pegar passageiros que chegam nos aeroportos do Rio. Ele diz que tem observado as pessoas mais preocupadas com a higienização das mãos e, deixa a escolha do passageiro para que decidam o uso do ar condicionado do carro ou não. 
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Medidas de prevenção
Transportes de massa como trens, barcas e metrô passaram a adotar medidas para prevenir que haja pico da contaminação pelo grande volume de pessoas juntas diariamente.
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A SuperVia, por exemplo, já começou a descontaminação e higienização dos trens. Para tanto, a empresa que faz o trabalho de limpeza para a concessionária contratou temporariamente 24 funcionários para higienizar os vagões e catracas da Central do Brasil.
Nas ruas, porém, muitos ainda têm dúvidas. A dona de casa Helen Cristina Flauzino, que acompanha a mãe Elisete Flauzino para tratamento de câncer, diz que tenta entender como evitar a propagação do novo coronavírus.
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"Minha mãe faz parte do grupo de risco, mas ainda preciso entender um pouco mais sobre esse novo vírus para ajudá-la a não ser contaminada", revelou Helen. 
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Empresas de transporte reforçam higienização e oferta de álcool gel
As empresas de transporte público adotaram soluções emergenciais após as medidas anunciadas pela prefeitura e governo do estado. O MetrôRio emitiu nota informando que "segue as normas e recomendações do Ministério da Saúde." A concessionária ainda informou que vem monitorando a situação e que está apostando em campanhas educativas a fim de orientar os passageiros e colaboradores. A limpeza dos trens e das instalações do metrô foi reforçada, segundo a empresa.
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O BRT também confirmou que desde ontem a limpeza em áreas restritas aos colaboradores, além dos terminais e estações, foi reforçada, além de estarem alertas para que não faltem alguns produtos, como sabonetes nos banheiros. Foi feito um pedido às empresas de ônibus para que reforcem a limpeza dos articulados. Ainda foi anunciado pelo BRT que os jovens aprendizes serão dispensados, inicialmente, até 1º de abril.
Em nota, a CCR-Barcas disse que intensificou a limpeza e higienização nas embarcações e estações. As barcas com ar condicionado estão navegando com as portas abertas. A empresa diz que segue a norma de aprovação da Capitania dos Portos. Nas estações, a concessionária está disponibilizando álcool gel. "O objetivo é prevenir a propagação do vírus e conscientizar os passageiros sobre as ações de combate à doença", explica a CCR-Barcas.
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