Leitos serão criado no Riocentro, em Jacarepaguá, com o objetivo é receber apenas os pacientes da rede municipal que necessitam ou se recuperam de cirurgias eletivas ou estão em tratamento - Divulgação / Prefeitura
Leitos serão criado no Riocentro, em Jacarepaguá, com o objetivo é receber apenas os pacientes da rede municipal que necessitam ou se recuperam de cirurgias eletivas ou estão em tratamentoDivulgação / Prefeitura
Por Waleska Borges

Um estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois) revela dados preocupantes sobre o atendimento médico a doentes do coronavírus: em cerca de 15 dias (até 4 de abril), o Estado do Rio precisará de 1.800 leitos para atender todos os casos de hospitalização. Já governo do estado, prefeitura do Rio e União, somados, preveem oferecer 1.362 vagas. No entanto, esse total só deve ser atingido em um mês.

O estudo do Nois chegou a esses dados se baseando na atual experiência da Itália. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, excluindo leitos obstétricos e psiquiátricos, o estado comporta 19.447 leitos públicos, sendo 18.272 de internação hospitalar e 1.175 de UTI. Nos hospitais privados há 10.746 leitos de internação e 3.006 de UTI.

A secretaria Municipal de Saúde informou que o Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, referência no atendimento a coronavírus, conta hoje com 30 leitos e, em 30 dias, terá 372 a mais. O município reservou 150 leitos para internação.

Mais hospitais

O governo do Rio definiu os locais dos três hospitais de campanha para atender infectados: Parque dos Atletas, na Barra; antigo aeroclube de Nova Iguaçu, na Baixada; e em São Gonçalo. A estimativa é oferecer 600 leitos, sendo 100 vagas em cada cidade em um mês, dobrando essa quantidade em 30 dias. A Secretaria estadual de Saúde vai abrir outros 300 em até 40 dias, além de mais 300 em outros 30 dias.

Já o Ministério da Saúde informou que já iniciou o envio de 200 dos 540 leitos de UTIs volantes para reforçar a assistência dos estados e DF. Desses, 40 virão para o Rio de Janeiro. Esse reforço na rede hospitalar do SUS prevê R$ 396 milhões para locação das UTIs e, se todos os leitos forem utilizados, serão R$ 260 milhões repassados para manutenção do serviço por um período de seis meses.

 

Riocentro terá hospital de campanha
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O primeiro hospital de campanha para atender pacientes internados na rede municipal e liberar leitos para infectados pelo coronavírus deverá começar a funcionar entre 20 e 30 dias. Segundo o secretário de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca, a unidade será instalada no pavilhão 4 do Riocentro, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e contará com 500 leitos.
De acordo com Fonseca, o Comando Militar do Leste também já colocou à disposição a estrutura do Exército. Serão montadas tendas, assim como ocorreu no surto de dengue hemorrágica, em 2018. Ainda conforme o secretário, esses leitos do hospital de campanha vão atender pacientes que ainda necessitam de cuidados hospitalares, mas sem gravidade.
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"A intenção é liberar os leitos nos hospitais", esclareceu. De acordo com o secretário, a princípio, os profissionais serão da própria prefeitura. No entanto, ele solicitou ao governo federal 400 profissionais do Programa Mais Médicos.
No Riocentro já funciona um gabinete de crise da prefeitura, formado pelas secretarias de Ordem Pública e Infraestrutura, juntamente com a Secretaria de Saúde, que organizam e mapeiam todas as necessidades de insumos e logística para o funcionamento do hospital de campanha.
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"Vamos aumentar o número de hospitais de campanha de acordo com a necessidade. A prefeitura já está avaliando uma arena no Parque Olímpico. Mas não vamos misturar os pacientes", afirmou.
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