Apreensão pela pandemia do Covid-19 e queda no movimento mudam a rotina em salão na Tijuca
No grupo de risco, Manoel, de 77 anos, fechará o estabelecimento por uma semana e teme pelo futuro
Rio - A pandemia do novo coronavírus tem mudado hábitos simples de muitos cariocas. Em pleno o dia de feijoada no tradicional Bar do Momo, na Tijuca, o delivery foi a forma encontrada para compensar a queda de 50% no movimento. No outro lado da calçada, o Chaga's Cabeleireiros sentiu o impacto com o crescimento dos casos na cidade e decidiu fechar as portas provisoriamente. Este sábado será o último dia de atendimento até a reabertura, no dia 28.
"Nunca vi nada parecido. Tenho receio, pois tenho 77 anos. E também temo pelos negócios, mas decidimos colocar a saúde em primeiro lugar e torcer para que essa epidemia seja controlada", disse Manoel Rodrigues de Souza, sócio do estabelecimento.
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A habilidade com as mãos exige de Manoel muita precisão para desempenhar o ofício de cabeleiro e de músico após o expediente no trabalho oficial. Pertencente ao grupo de risco em meio à pandemia do novo coronavírus, ele decidiu pela pausa na dupla função. Além da queda do movimento em mais de 50% na clientela, a crescente no número de casos no Rio tem deixado o cabeleireiro apreensivo, pois boa parte dos clientes do salão são idosos. Sua média de cortes caiu de 20, 25 para menos de dez nos últimos dias.
Integrante do Grupo Casarão, ele terá o cavaquinho, instrumento que toca desde os 18 anos, como principal passatempo durante a quarentena no Grajaú. Por conta da pandemia, a banda teve dois eventos adiados. Com o confinamento forçado, ele promete praticar para não perder a aptidão de olho na dupla jornada como músico e cabeleireiro.
A habilidade com as mãos exige de Manoel Rodrigues de Souza muita precisão para desempenhar o ofício de barbeiro e de músico após o expediente no Salão do Chagas, na Tijuca. Aos 77 anos e, portanto, pertencente ao grupo de risco à pandemia do novo coronavírus, ele decidiu pela pausa na dupla função. Além da queda do movimento em mais de 50% na clientela, a crescente no número de casos no Rio tem deixado Manoel apreensivo.
"Funcionaremos até sábado e reabriremos no dia 28. Estou com muito receio. Afinal, tenho 77 anos. Muitos clientes do salão são idosos, que estão reclusos. O movimento caiu absurdamente. Assisti à Copa de 70, trabalhando neste mesmo salão e nunca vida nada parecido", disse Manoel.
Integrante do Grupo Casarão, Manoel terá o cavaquinho, instrumento que toca desde os 18 anos, como principal passatempo durante a quarentena em sua casa no Grajaú. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a banda teve dois eventos adiados. Com o confinamento forçado, ele promete praticar para não perder a aptidão de olho na dupla jornada como músico e barbeiro.