Ladeira dos Tabajaras lidera ranking de denúncias de falta d'água diante da pandemia do coronavírus - Reprodução Google Maps
Ladeira dos Tabajaras lidera ranking de denúncias de falta d'água diante da pandemia do coronavírusReprodução Google Maps
Por O Dia
Rio - O Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio entrega nessa quarta-feira à Cedae um relatório com pelo menos 475 denúncias recebidas pela Ouvidoria-Geral da instituição entre os dias 18 e 23 de março sobre falta d'água em 14 municípios do estado. Os dados preocupam diante da pandemia do novo coronavírus e por ter nas cinco primeiras colocações favelas do Rio com o maior número de reclamações.  
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As denúncias serão cruzadas com outras do Ministério Público do Rio (MPRJ) e imediatamente discutidas num gabinete de crise criado especialmente para tentar dar solução a casos de desabastecimento durante o surto de Covid-19
"Através desse canal criado com a Cedae, esperamos resolver rapidamente os problemas de falta de água da população em áreas desabastecidas, a fim de evitar um mal maior com a impossibilidade da higiene necessária com a limpeza com água e sabão, e consequentemente evitar contágio ainda maior do coronavírus entre essa população mais vulnerável da sociedade", resume o subcoordenador do Nudecon, Eduardo Chow.
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Segundo ele, caso a negociação extrajudicial com a companhia não seja possível, o Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria e o MPRJ podem ajuizar ação coletiva para garantir o abastecimento de água em todos os locais cobertos pela Cedae, principalmente nas comunidades carentes.

Das 475 denúncias que chegaram à Defensoria Pública em apenas cinco dias, 397 são de "torneira seca", ou seja, falta d'água rotineira. As reclamações abrangem 140 localidades, a grande maioria em favelas no município do Rio. 

"A crise da geosmina de certa forma havia mascarado o problema de desabastecimento d'água durante o verão. Agora que enfrentamos uma urgência sanitária ainda maior, colhemos os frutos da falta de política de saneamento nas favelas e periferias, que ameaça todos, indistintamente", avalia o ouvidor Guilherme Pimentel.

As cinco comunidades que mais enviaram denúncias à Ouvidoria foram Tabajaras (93 registros); Rocinha (27); Alemão (11); Maré (8); e Fallet (8).