O prefeito Marcelo Crivella durante coletiva online na manhã desta quarta-feira - Reprodução
O prefeito Marcelo Crivella durante coletiva online na manhã desta quarta-feiraReprodução
Por Bernardo Costa
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, decidiu manter as medidas de isolamento social adotadas até o momento para conter o avanço da Covid-19 na cidade. Segundo afirmou em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, pela internet, as escolas e o comércio, que foram orientados a interromper as atividades na terça-feira, permanecem fechados pelo período de 15 dias. 

"É fundamental, é mais do que necessário, é incontornável e inadiável mantermos nossas medidas de afastamento social nos próximos 15 dias. Quanto mais nos afastarmos agora, mais rápido poderemos nos abraçar novamente. Peço aos comerciantes que se mantenham otimistas, pois, se mantivermos a determinação de preservarmos a nós e nossas famílias neste momento, estamos convencidos de que em 15 dias poderemos retomar nossas atividades", disse Marcelo Crivella. 
O prefeito comentou o pronunciamento desta terça-feira do presidente Jair Bolsonaro, que condenou medidas como o fechamento de comércio e de escolas em municípios e estados do país. 
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"Agradecemos a mensagem de otimismo do presidente na retomada da economia e manutenção de empregos. Mas, neste momento, é fundamental mantermos o isolamento social para que possamos voltar à normalidade em duas semanas", disse Crivella. 
O prefeito informou que, após reunião do gabinete de crise nesta manhã, decidiu autorizar o funcionamento das lojas de conveniência dos postos de gasolina e de materiais de construção. Medidas que começam a valer à meia-noite desta quinta-feira. 
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"É um pleito que decidimos atender, mas desde que não haja aglomerações nestes locais. Nas lojas de conveniência, está permitido entrar, comprar o necessário, e ir embora. Já as lojas de materiais de construção são também importantes neste momento. Temos muitas obras na cidade que não podem parar, inclusive de adaptação de hospitais", disse Crivella. 
O prefeito avaliou que as medidas de restrição adotadas no município estão surtindo efeito para conter o avanço da Covid-19:
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"De acordo com o avanço da doença em outras regiões, observamos que poderíamos ter, no dia 28 deste mês, 2.200 casos confirmados no Rio. Porém, como as medidas de afastamento social estão surtindo efeito, calculamos chegar ao número de 300 pessoas infectadas nessa data".
Hospital de referência pronto
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Segundo a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, que também participou da coletiva online, o hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, já está com todos os leitos desocupados e prontos para atender pacientes infectados com a Covid-19.
"Tão logo os leitos se esgotem, vamos ativar o hospital de campanha do Riocentro, que está sendo estruturado no pavilhão 3", disse a secretária, acrescentando que cerca de quatro mil pessoas, vulneráveis e maiores de 80 anos, já foram vacinadas contra a gripe H1N1 em casa, nos últimos dois dias. 

Cestas básicas à população
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O prefeito confirmou a entrega de 20 mil cestas básicas a taxistas e ambulantes cadastrados na prefeitura para compensá-los pelo decréscimo de renda consequente das medidas de restrição de circulação de pessoas. E anunciou a compra de mais de 50 mil cestas básicas:
"Primeiramente, estamos atendendo os taxistas que pagam diárias para trabalhar e os ambulantes cadastrados na prefeitura com 20 mil cestas básicas, que já estão sendo entregues. E estamos comprando mais 50 mil para atender famílias carentes. São itens básicos, como arroz, feijão é óleo". 

Nas comunidades 
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Segundo Marcelo Crivella, 300 idosos de grupo de risco foram transferidos nesta quinta-feira para isolamento em dois hotéis da Zona Sul do Rio. 

"Estamos em negociação para termos 10 hotéis disponíveis, onde serão alocados moradores vulneráveis das comunidades da Zona Sul, que hoje é o epicentro da doença na cidade", disse o prefeito. 
Sobre o comércio aberto em algumas comunidades, Crivella disse que pretende mandar agentes da prefeitura ao local, com o apoio da PM, para que lojas sejam fechadas na Maré. 
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"Há muito comércio ainda funcionando por ali. Peço aos líderes religiosos dessas regiões, pastores, sacerdotes e padres, que ajudem na conscientização dessas pessoas sobre a importância do fechamento e afastamento social. O sacrifício é grande, mas só assim poderemos retomar as atividades normalmente o mais rápido possível. Por favor, vamos permanecer em casa", pediu Crivella.