Waldir Ramos, o garçom mais antigo da Casa Cavé, mostra algumas tentações da confeitaria fotos Cléber Mendes
Por Luana Dandara
Publicado 05/03/2020 00:00

Juntas, elas acumulam 397 anos da mais pura gula. A Casa Cavé, a Confeitaria Colombo e o restaurante Leiteria Mineira, localizados no Centro do Rio, são verdadeiras relíquias gastronômicas da cidade. Cheias de delícias, histórias e visitantes ilustres, as casas resistiram ao tempo e mantêm a tradição do Rio Antigo.

A Cavé, por exemplo, completa, hoje, 160 anos e se consolida como a mais antiga confeitaria carioca. Embora tenha sido fundada por um francês e lembre os cafés parisienses, os destaques do cardápio sempre foram os doces portugueses. Para atrair o público, passou a oferecer também almoço executivo.

Entre os destaques saborosos estão pastéis de Belém; toucinhos do céu, feitos de amêndoas; e o Dom Rodrigo, com fios de ovos e canela. A face portuguesa se reflete também na decoração. Além do painel de azulejos com a Torre de Belém, o local é enfeitado com lenços portugueses.

Um dos garçons mais antigos da Cavé, Waldir Ramos, de 82 anos, conta que já serviu a Carlos Drummond, Nelson Rodrigues e Dercy Gonçalves por lá. "Fazendo o que gosta, não é sacrífico nenhum. Enquanto eu não estiver pesando os colegas, o patrão ou os clientes, quero continuar. A clientela é maravilhosa", diz Seu Waldir. "Em 1984, Drummond esqueceu um guarda-chuva aqui comigo. Não voltou para pegar, então guardei com muito carinho", lembra ele.

Localizado na Rua Sete de Setembro, nos números 133 e 137, o estabelecimento produz cerca de mil doces por dia e quer continuar adocicando gerações cariocas.

 

Almoço mineiro e caseiro
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Reis, escritores e estrelas
A Confeitaria Colombo, por sua vez, nem precisa de apresentação. Com 126 anos de fundação, sempre foi bem frequentada: por lá já passaram célebres clientes, como o rei Alberto I, da Bélgica; os escritores Machado de Assis e Olavo Bilac; e o maestro Heitor Villa-Lobos. Os números também impressionam. A Colombo recebe cerca de 1.100 pessoas por dia na sede, na Rua Gonçalves Dias 32. Diariamente são produzidos 150 bombas de chocolate, 450 coxinhas, entre outras delícias.
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Orlando Duque, de 83 anos, trabalha há 67 anos na confeitaria e conta que serviu a diferentes presidentes e artistas. A atriz Sophia Loren foi uma delas. "Isso aqui me dá vida", diz.

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