Comércios poderão funcionar por 8 horas após receberem aval do Governo do Estado de São PauloALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO
Por Maria Luisa Melo e Danillo Pedrosa
Publicado 18/03/2020 00:00

A apreensão por conta da pandemia do coronavírus está ainda maior entre os brasileiros. Ontem, o país registrou a primeira morte pela doença, que, no mundo, já causou a morte de 7.426 pessoas. A primeira vítima é um porteiro aposentado que tinha diabetes, hipertensão e hiperplasia prostática - um aumento benigno da próstata e estava internado na rede particular da capital paulista. Ele morreu dois dias após ser internado e não tem registro de viagem recente à Europa, como a maior parte dos 291 casos dos infectados brasileiros. Ele teve os primeiros sintomas no dia 10 de março e foi internado quatro dias depois. Na mesma unidade de saúde, a relação de outras quatro mortes com o coronavírus está sendo investigada.

A morte de uma idosa de 63 anos, em Miguel Pereira, no interior fluminense, também está sob análise. Ela era um dos casos suspeitos da doença, mas o exame laboratorial capaz de detectar o vírus só ficará pronto em 48 horas. De acordo com a Prefeitura de Miguel Pereira, ela teria contraído o vírus de sua patroa, que mora na cidade do Rio, e tinha voltado recentemente da Itália. A idosa saiu do trabalho e deu entrada no hospital já em estado grave.

Ao todo, segundo a Secretaria estadual de Saúde do Rio, há 33 casos confirmados no estado, sendo 31 na capital, um em Niterói e outro em Barra Mansa (o primeiro caso do estado). Apenas um dos pacientes está internado em estado grave, enquanto os demais estão em isolamento domiciliar.

Os infectologistas destacam a importância da reclusão em casa para evitar a rápida proliferação do vírus. Para eles, o país está no caminho certo, no que tange aos pedidos de isolamento das autoridades.

"Tudo nos leva a crer que a Itália, por exemplo, se equivocou, não combateu como deveria. O Brasil está tentando acertar. As medidas adotadas, muito discutidas entre especialistas, podem dar bom resultado para evitar essa elevação dos casos no nosso país", avaliou o infectologista Edmílson Migowski. "Torço para, daqui a duas semanas, podermos dizer que foi um exagero. Na verdade, a gente tem que ser exagerado nesse momento para evitar que pessoas morram nos corredores ou nas ruas. Essa doença é grave", completou.

Também infectologista, Bruno Scarpellini faz um alerta: "O isolamento precisa ser levado a sério. Só é para sair de casa para fazer compras. Quem puder, faz online. Se não for assim, poderemos ter um pico da doença, com diversas mortes".

 

Isolamento para atrasar epidemia e não sufocar a Saúde
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Dois médicos da Uerj internados
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O Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Uerj, confirmou ontem que dois médicos de seu corpo clínico estão com coronavírus. Segundo a direção do hospital, um médico da especialidade de nefrologia recebeu o diagnóstico positivo para a Covid-19 e está internado em um hospital particular. O outro caso é de um professor que se encontra em boas condições de saúde e está em isolamento domiciliar.
Ontem, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, desembargador Claudio de Mello Tavares, determinou que os servidores da área de Saúde em Campos de Goytacazes voltem ao trabalho em até 24h, tendo um vista a pandemia do coronavírus. Caso a decisão não seja obedecida, a categoria - que está em greve desde fevereiro - terá que pagar multa diária R$ 1 milhão, além de sofrer sanções e responsabilizações cabíveis.
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