O governador Wilson Witzel - Cleber Mendes / Agência O DIA
O governador Wilson WitzelCleber Mendes / Agência O DIA
Por RAI AQUIINO
Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) criticou, nesta quinta-feira, o apoio que o presidente Jair Bolsonaro deu a uma mulher que pediu a reabertura do comércio em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Ela, que se identificou como professora particular, abordou o presidente em frente ao Palácio da Alvorada nesta manhã.
Em sua fala, além da retomada dos serviços, a mulher também pediu a presença do Exército nas ruas. O presidente disse que ela falava "por milhões de pessoas". Momentos depois, ele compartilhou o vídeo da abordagem em seus perfis na Internet (confira mais abaixo).
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"A responsabilidade pelo que se fala é muito grande quando se exerce um cargo de presidente da República. As sanções àquilo que se fala e que pode ir na contramão do que hoje nós estamos vivendo podem ser graves", alertou Witzel, em coletiva realizada no Palácio Guanabara, dizendo que "esse tipo de manifestação é extremamente prejudicial".
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Ainda sobre a atitude de Bolsonaro, Witzel disse esperar que o presidente reflita sobre o que está fazendo, "porque a população não pode estar confusa nesse momento". 
"A população tem que acreditar em seus governantes, porque nós estamos seguindo orientações técnicas e estamos tomando medidas para salvar vidas. Tenho certeza que ainda há tempo de ele reconsiderar suas atitudes para evitar um mal maior a ele próprio", pontuou.
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Witzel reforçou ainda que não vai ficar na história "como um líder de um estado que virou as costas para a população mais vulnerável". 
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"Eu lamento profundamente e eu espero que o presidente coloque a mão na consciência e mude de postura. Se ele está tão convencido daquilo que ele está falando, bota no papel, para de falar, escreve, e aí vamos ver se o que ele está falando está certo ou errado", continuou.
MEDIDAS ECONÔMICAS
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Witzel também disse que as medidas anunciadas até o momento pelo governo federal para reduzir o impacto econômico da covid-19 não são suficientes para os estados. Mais cedo, ele reuniu com governadores do Sul e do Sudeste para discutir ações.
"Quase metade dos recursos anunciados refere-se a operações de crédito, cujo período de tramitação não permitirá o recebimento de recurso a curto prazo. É preciso que o governo federal entenda que precisa descentralizar os recursos para os estados. Empréstimos não atenderão às necessidades que o Brasil precisa nesse momento", alertou.
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O governador calculou que ele e os chefes do Poder Executivo das regiões Sul e Sudeste precisam "imediatamente" de um investimento em torno de R$ 50 bilhões. 
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"Esse é o ponto que precisa ser identificado pelo governo federal. O ministro (da Economia) Paulo Guedes precisa entender que o Brasil não pode virar um grande banco para os estados", comparou.
Witzel disse ainda que os governadores já estão prontos para acionarem o Superior Tribunal Federal (STF) caso os estados não recebam a ajuda que precisam da União.
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"Não havendo uma sinalização concreta, já temos uma petição a ser protocolada em conjunto no Supremo Tribunal Federal porque as medidas anunciadas não nos atendem. Mas isso será medida extrema, que acredito que não será necessária", sinalizou.