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A depressão e a ansiedade estão sendo os principais sintomas diante da pandemia do coronavírus. A constatação é da psicóloga Mariana Furtado, pós-doutoranda em Saúde Mental e Atenção Psicossocial do Centro Universitário IBMR. Segundo ela, o número de pessoas em busca de atendimentos tem aumentado cada vez mais. Muitos deles estão ocorrendo pela internet. O Conselho Federal de Psicologia, por meio da Resolução 11/2018, autorizou que os psicólogos façam atendimentos online.

De acordo com Ellen Aragão, psicóloga do Hospital Adventista Silvestre, a procura pelos profissionais tem sido maior porque pessoas que já apresentavam sintomas leves de ansiedade, depressão e transtorno de pânico, entre outros, vivenciam a pandemia de forma mais intensa e o sofrimento provocado por tais transtornos. 

"Um psicanalista amigo meu de São Paulo criou uma plataforma para atendimento online gratuito. Em uma semana, ele teve mais de 200 inscrições", comenta Mariana Furtado. Segundo a psicóloga, na última década, tem ocorrido uma virtualização nas relações, no entanto, durante esse período de isolamento social, há uma contradição. "As pessoas estão se vendo obrigadas a não vivenciar o contato físico, a aproximação e estão tomando consciência disso", destaca.

Ainda conforme Mariana, há angústia pela quarentena (maior nas pessoas mais jovens) e o mesmo sentimento relacionado à morte, nesse caso mais evidente nos idosos, que são apontados como integrantes do grupo de risco. Outro fator considerado doloroso pela terceira idade é o afastamento dos filhos e netos, dificultando os relacionamentos familiares.

Criatividade

Para Ellen Aragão, as pessoas podem usar esse tempo de isolamento para melhorar seus relacionamentos familiares. "Use a criatividade para realizar tarefas recorrentes de formas diferentes. O antídoto do medo é a coragem. É dela que todos nós precisamos nesse momento. Abandone o medo", ensina.

Conforme Ellen, não é preciso deixar de lado as atividades coletivas. "É necessário reinventar os encontros, você não deve desistir de fazer contato com os amigos antigos e fazer novos amigos. Tente compartilhar algo bom com seu vizinho, sem quebrar o isolamento. Não é a distância que afasta as pessoas, é o ninguém procurar", pondera.

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