Witzel é investigado por supostas ilegalidades em contratos na Saúde, já na pandemia da Covid-19 - Gilvan de Souza
Witzel é investigado por supostas ilegalidades em contratos na Saúde, já na pandemia da Covid-19Gilvan de Souza
Por O Dia
Rio - O governador do Rio, Wilson Witzel, voltou a fazer o alerta de que o estado não tem respiradores e leitos suficientes para enfrentar o pico da pandemia do novo coronavírus e disse que a solução mais plausível para o momento é que a população fique em casa e evite ao máximo circular. Witzel cobrou mais ação dos prefeitos para impedir circulação e aglomerações. As declarações foram feitas em entrevista ao programa Bom Dia Rio, da TV Globo, nesta quinta-feira
"Nós não estamos conseguindo comprar respiradores (devido à alta demanda internacional). Nós temos algo em torno de 400. É muito pouco, longe da nossa necessidade. Nós não vamos ter condições de atender uma quantidade grande de pacientes se as pessoas não adotarem as medidas de restrição", reforçou Witzel. "As pessoas ainda não entenderam a gravidade do problema. Peço pelo amor de Deus para não saírem de casa sem extrema necessidade. A morte pode bater ao lado da sua porta", acrescentou.
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O governador defendeu a quebra de patente por parte do governo federal para que a indústria nacional possa construir o equipamento.
Witzel também defendeu mais controle pelos municípios. "Os prefeitos têm que botar fita e barreira. O calçadão está movimentado? Vai lá e fecha. Tem camelô? Isola". O governador também defendeu que áreas infectadas sejam isoladas.
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O governador disse que estuda medidas mais duras para que as polícias também possam atuar para evitar a circulação de pessoas. "Se for necessário, levar a pessoa para a delegacia, multar", exemplificou. Perguntado se estuda a possibilidade de determinar um lockdown, parada absoluta, Witzel disse que se for necessário, irá adotar. " É preciso que haja um consenso médico neste sentido. Faço o que a medicina determina", disse.

Preocupação com alta vulnerabilidade de comunidades
Witzel classificou que a população do Rio é de 'alta vulnerabilidade' diante do novo coronavírus por conta de doenças que atingem as comunidades. "Temos um índice alto de tuberculose, por exemplo, nas comunidades. A preocupação é muito grande. A solução é pedir para a população ficar em casa", disse.
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O governador disse desconhecer em qual comunidade do país será implementado um programa piloto de manejo anunciado na quarta-feira pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
O ministro da Saúde falou sobre a dificuldade da atuação nas favelas pela falta de penetração do Estado e controle dos territórios por grupos paramilitares e facções criminosas. Mandetta disse que a Saúde precisa dialogar com esses grupos para conseguir atender à população local. 

“Hoje nós começamos a primeira, o plano de manejo, e eu não vou falar em qual comunidade será, mas começamos o primeiro, para fazer um teste, um teste piloto, porque ali você tem que entender cultura, dinâmica, ali a gente tem que entender que são áreas que muitas vezes o estado está ausente, que quem manda é o tráfico, quem manda é a milícia, como que a gente constrói essa ponte em nome da vida e a saúde dialoga sim com o tráfico, com a milícia, porque eles também são seres humanos e eles também precisam colaborar, ajudar, a participar”, afirmou na quarta- feira o ministro da Saúde.

O governador Wilson Witzel disse que a principal atuação no combate à covid-19 nas favelas é a orientação para que as pessoas fiquem em casa. Ele disse que o Estado está nas comunidades com as polícias e que a Cedae trabalha para levar água a esses locais. "Ontem recebi relações de comunidades recebendo caixas d'água. A Cedae está correndo contra o tempo pra fazer o abastecimento, instalando caixas d'água nas comunidades", disse.