Agentes da Seop fazem fiscalização em Rio das Pedras a partir de denúncias do Disk Aglomeração
 - Divulgação Seop
Agentes da Seop fazem fiscalização em Rio das Pedras a partir de denúncias do Disk Aglomeração Divulgação Seop
Por RENAN SCHUINDT
A Zona Oeste é a região que mais desobedece as normas de isolamento social na capital fluminense. Um levantamento feito por O DIA, com base em dados do programa Disk Aglomeração e da prefeitura, atualizados até ontem, mostra que 70% das denúncias recebidas se refere à grande concentração de pessoas naquela região. Mais do que isso, os dados provam que a insistência em ir às ruas tem impacto direto no número de infectados e, por consequência, no total de óbitos.

Entre os dez bairros que mais recebem reclamações, Campo Grande, justamente na Zona Oeste, é o campeão. Antes do Disk Aglomeração, o bairro registrava, no dia 24 de março, apenas um caso confirmado. No dia 7 de abril, esse número havia pulado para oito casos. Agora, já são 36 confirmações de Covid-19, com uma morte. Não à toa, nesse fim de semana, o bairro passou por mais uma fiscalização da Secretaria de Ordem Pública (Seop).

No que se refere a número de óbitos, o bairro de Copacabana, na Zona Sul, 8º colocado na lista dos mais teimosos, é o que concentra o maior número de mortes, com nove ocorrências.

Fiscalização em cima

Em 12 dias de funcionamento, o Disk Aglomeração, criado pela prefeitura para dispersar grupos de pessoas em áreas públicas, já realizou 1.814 atendimentos - média de 150 denúncias por dia.

O relaxamento da população em relação ao isolamento é preocupante. Na Zona Oeste, o número de óbitos já representa 30% dos ocorridos na cidade. A Barra lidera em casos confirmados: 166 ocorrências e quatro óbitos. O Recreio tem 38 casos e quatro mortes.

Outros bairros da região aparecem na lista do Disk Aglomeração: Bangu (31 casos e duas mortes); Realengo (21 casos e duas mortes); Santa Cruz (seis casos, sem óbito); e Taquara (16 confirmações). Todos eles sofreram fiscalização nesse fim de semana. A Seop também esteve em outros dois bairros. Em Padre Miguel, que tem 10 casos e uma morte, os agentes interromperam um jogo de futebol. Em Rio das Pedras, onde não há registro da doença, uma barraca de caldo de cana foi fechada.

Até agora, a Seop já fechou 2.370 estabelecimentos, dos 3.127 fiscalizados na cidade. A suspensão do comércio é por tempo indeterminado. Entre as exceções estão farmácias, supermercados, hortifrutis, padarias (sem consumo no local), pet shops, lojas de materiais de construção e postos de combustível.

ALERTA NA TIJUCA E COPACABANA
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Três bairros completam a lista dos dez mais demandados pela Seop. Além do Centro, que contabiliza 24 casos confirmados e um óbito, estão Copacabana e Tijuca. O tradicional bairro da Zona Norte chama atenção por concentrar 76 casos, e por ter o segundo maior número de mortos (7). Durante a fiscalização deste final de semana, os agentes também constataram aglomeração de pessoas em frente à uma loja de uma rede varejista. A gerente foi orientada e precisou tomar providências para adequação da fila.
"O que precisamos é que as pessoas acreditem no vírus, porque infelizmente ele existe, se dissemina rápido e ainda tem uma curva de crescimento. Então, todos devem se proteger, além de proteger aqueles com quem estiverem no dia-a-dia", afirmou o prefeito Marcelo Crivella.

Já Copacabana, na Zona Sul, contabiliza 120 casos confirmados e nove fatalidades. O bairro, que registra o maior número de óbitos na capital, será um dos que vai contar com uma nova arma para informar a população sobre os riscos de contágio pelo coronavírus. Esta semana, agentes da Guarda Municipal farão uso de carros de som e megafones, alertando as pessoas sobre a higienização das mãos e a necessidade de evitar aglomerações neste período. Os veículos também vão circular por bairros do Centro e das zonas Norte, Sul e Oeste. A mensagem lembra ainda da necessidade de manter a distância segura de 1,5 metro a 2 metros entre as pessoas.
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PREFEITO DE CAXIAS TESTA POSITIVO
A Assessoria de imprensa de Duque de Caxias confirmou que o prefeito da cidade,  Washington Reis, testou positivo para a covid-19. O exame foi realizado no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, onde o gestor permanece internado desde a madrugada de sábado (11). Reis está na unidade de tratamento semi-intensiva, e apresenta evolução satisfatória. O prefeito é monitorado por um cardiologista e por um pneumologista. Ele já havia feito outros dois testes para a doença, com resultado negativo nos dois exames. A cidade de Duque de Caxias já registrou 81 casos do novo coronavírus com 16 mortes confirmadas.