De 1.150 leitos da rede federal, só 50 foram abertos, no HFB, em abril - Reprodução
De 1.150 leitos da rede federal, só 50 foram abertos, no HFB, em abrilReprodução
Por HUGO PERRUSO
Rio - Anunciado como referência da rede federal no combate ao coronavírus, o Hospital de Bonsucesso tem uma realidade muito diferente e nem mesmo seus funcionários conseguem atendimento adequado. Com sintomas da doença há sete dias, o auxiliar de enfermagem Marcos Cesar Sota teve febre de 39º e falta de ar na madrugada de sábado, foi à unidade de manhã e ficou quase 10 horas aguardando até ser atendido.
Sem exames de covid-19 à disposição, Marcos e outros dois companheiros tiveram contato com dois profissionais da equipe que deram positivo em teste realizado em um hospital particular onde ambos trabalham. Ao ver o quadro piorar, o auxiliar de enfermagem foi sozinho à unidade e contou com a colaboração de outros funcionários.
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Primeiro, após horas de espera na recepção, foi encaminhado a um consultório para aguardar atendimento. O problema é que, segundo denúncia de funcionários, apenas um médico estava de plantão na emergência. Em grupos de whatsapp, houve mobilização para ajudar, até que Marcos foi atendido por volta das 16h30, apresentou quadro clínico estável, mas ficou internado.
Atualmente, o Hospital Federal de Bonsucesso possui 18 pacientes internados com coronavírus, sendo 13 em situação mais delicada. Apesar da falta de recursos humanos e financeiros, a unidade foi esvaziada para atender apenas doentes com Covid-19, mas as condições são precárias. 
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Além da falta de profissionais, o que impede a utilização dos leitos que já estão prontos para receber pacientes, funcionários relatam haver poucos equipamentos de proteção individual (EPIs), assim como não há respiradores suficientes, nem testes para a doença. Procurada, a assessoria do Hospital de Bonsucesso não respondeu até o fechamento desta reportagem.