Para muitos cariocas, as medidas de isolamento social para evitar o contágio pela covid-19, estendidas até o dia 30 de abril, devem ser respeitadas à risca. Já para alguns, as regras implementadas pelo governo do estado foram quebradas durante o domingo ensolarado, e a tentação de sentir o sol na pele falou mais alto. Nas orlas de Copacabana, Ipanema e Leblon, na Zona Sul, a movimentação de pessoas no calçadão ainda é expressiva, contrariando as recomendações das autoridades.
Na hora de se exercitar, máscaras e regras de distanciamento mínimo de 1,5m são esquecidas por boa parte dos cariocas. Na Praia de Copacabana, um dos cartões-postais da cidade, ciclistas, famílias a passeio e corredores ainda curtem o domingo ao ar livre, muitos sem utilizar máscaras de proteção, obrigatórias para toda a população a partir de quinta-feira. A tranquilidade do passeio em meio à pandemia também é observada nas praias. Por toda a orla, surfistas e banhistas desrespeitam a medida de interdição.
Entretanto, enquanto moradores aproveitavam o sol, viaturas da Polícia Militar ficaram estacionadas ao longo da orla para recomendar a saída do calçadão, assim como retirar pessoas das praias. Segundo a PM, a prioridade é conscientizar a população de que a luta contra a covid-19 exige responsabilidade de todos, e grande parte da população acata as recomendações. Se não respeitar as restrições determinadas pelo governo do Estado, poderá ser conduzido à delegacia.
Na orla, também é visto um cenário atípico em tempo de pandemia: clientes aguardando o pedido no balcão dos quiosques. O contato direto com o cliente foi evitado com a adoção do serviço delivery nos bares e restaurantes, também determinação do governo do estado.
Já na Zona Norte, o sol de domingo movimentou moradores para um dos maiores mercados a céu aberto do Rio, a Feira de Acari. A procura por variedades, de sapatos a eletroeletrônicos, gerou aglomeração e desrespeito às medidas de distanciamento implementadas.
População de rua
Na Zona Norte, o sol de domingo não tem a mesma felicidade. Dependentes químicos em condição de rua na Mangueira e no Maracanã vivem o cotidiano na aglomeração, e cuidados com a higiene não estão entre as prioridades, mesmo durante a pandemia. A Secretaria Municipal de Assistência Social garante que os pontos estão no roteiro de abordagens diárias das equipes, mas afirma que poucos aceitam os serviços.
Estagiária sob supervisão de Martha Imenes