Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o governador Wilson Witzel durante cerimônia de entrega da Medalha do Mérito Industrial do Estado do Rio de Janeiro, na Firjan - Fernando Frazão/Agência Brasil
Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o governador Wilson Witzel durante cerimônia de entrega da Medalha do Mérito Industrial do Estado do Rio de Janeiro, na FirjanFernando Frazão/Agência Brasil
Por O Dia
Rio - O governador Wilson Witzel publicou em sua conta do Twitter, nesta sexta, um questionamento sobre o presidente Jair Bolsonaro demitir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto pelo agora ex-ministro. Na publicação, ele indaga, após o pronunciamento de Bolsonaro: "por que o presidente quer um diretor da Polícia Federal com quem possa interagir?". O desejo do presidente acabou fazendo com que Sergio Moro pedisse demissão do Ministério da Justiça.
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Ainda nesta sexta-feira, Witzel, em entrevista à GloboNews, perguntando sobre o pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça, defendeu que os dois têm "uma visão muito próxima do que é o combate à corrupção" e que o pedido de demissão de Moro "culmina com uma série de discordâncias nas manifestações e ações do presidente da República". O governador do Rio declarou também que vinha acompanhando o desgaste e comentou sobre o desafeto com Bolsonaro sobre o caso Marielle Franco, em que foi acusado pelo presidente de manipular autoridades.
Moro rebate Bolsonaro
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Em pronunciamento na tarde desta sexta, Sergio Moro anunciou sua demissão do cargo de ministro da Justiça e disse que foi surpreendido pela publicação no Diário Oficial da demissão do diretor-geral da Polícia Federal e que, ao contrário do que foi publicado, Valeixo não foi destituído 'a pedido'.
Moro declarou ainda que Bolsonaro admitiu que a mudança é uma questão política por querer que na direção da PF tenha alguém que lhe dê informações sobre investigações e inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal e, para o ex-ministro, esse não é o papel da PF. "Imagine se na Lava Jato a então presidente Dilma, o ex-presidente (Lula) ligassem para colher informações", questionou.
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Presidente se pronuncia
O presidente Bolsonaro também se pronunciou nesta sexta-feira e, se referindo a si mesmo em terceira pessoa, discordou sobre sua ação ser uma interferência na PF; disse que a investigação sobre a execução da vereadora Marielle Franco não deve ser mais importante que a tentativa de assassinato ao presidente do Brasil.
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"Será que é interferir na Polícia Federal quase exigir e implorar ao Sergio Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A PF de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo. Cobrei muito deles; não interferi", se defendeu. "Eu acho que todas as pessoas de bem do Brasil querem saber", justificou.
 
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