Por RENAN SCHUINDT

Com quatro filhos, Carla de Souza já não sabe mais a quem recorrer. Desde que o isolamento social foi imposto, ela não consegue gerar renda. Trabalhava nas rodas de samba da cidade, onde vendia acessórios e turbantes, mas, com a paralisação dos eventos, se viu de mãos atadas para conseguir comprar alimentos. O socorro veio por meio do programa 'Mães da favela', desenvolvido pela Central Única das Favelas (Cufa) e que acaba de ganhar a chancela institucional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco).

Moradora do Complexo do Lins, na Zona Norte, a empreendedora resume a felicidade ao receber um vale de R$ 120. "O benefício veio na melhor hora. Só eu sei o aperto que é". Assim como ela, outras 25 mil mulheres de todo o país estão sendo beneficiadas pelo 'Mães da Favela'.

Até agora, mais de R$ 57 milhões já foram mobilizados pela Cufa. O objetivo é alcançar o máximo possível de mães, desde que elas sejam chefes de família. Ao todo, cerca de 50 mil vales serão distribuídos. Só em São Paulo, o programa alcançou 4,5 mil pessoas.

Para o próximo mês, a Cufa pretende ampliar o número de mulheres atendidas, à medida em que as doações forem acontecendo. Além de pessoas físicas, muitas empresas têm participado das doações.

"Temos o orgulho de poder contribuir para que milhares de mulheres possam continuar sustentando seus lares, em um período tão crítico. Contar com o apoio da Unesco para dar continuidade a esta missão fortalece ainda mais a nossa causa", disse o fundador da central, Celso Athayde.

O repasse das bolsas pode ser feito pelo aplicativo de pagamentos PicPay ou através de tíquetes. A seleção de beneficiadas fica por conta das lideranças das mais de cinco mil favelas brasileiras onde a Cufa atua.

O 'Mães da favela' foi lançado este mês e faz parte do projeto 'Cufa contra o vírus', que já distribuiu quase 800 toneladas de alimentos e produtos de higiene, no Rio, e cerca de sete mil no Brasil. Interessados em doar devem acessar o site www.maesdafavela.com.br e seguir as orientações.

 

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