Aos poucos, as 'marcas' dos humanos vão abrindo espaço para praias e ruas limpas - Daniel Castelo Branco
Aos poucos, as 'marcas' dos humanos vão abrindo espaço para praias e ruas limpasDaniel Castelo Branco
Por André Arraes

O distanciamento social por causa da pandemia diminuiu o volume de lixo produzido na cidade do Rio. De acordo com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), responsável pela limpeza da capital, nas praias eram coletadas, em média, 120 toneladas de lixo todos os dias, de segunda a sexta. Nos fins de semana, o número chegava a 341 toneladas, somando sábado e domingo. Atualmente, os números caíram para dez toneladas por dia e 15 toneladas nos finais de semana. A quantidade do lixo público, aquele recolhido pela companhia nas ruas, também apresentou queda. A média diária antes do coronavírus era de quatro mil toneladas; agora, gira em torno de três mil.

Menos doenças

O oceanógrafo e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) David Zee comenta pontos que melhoraram após a diminuição das atividades humanas no espaço público.

"A areia e o mar ficaram mais limpos, os animais estão mais livres, começando a dominar mais os espaços. A diminuição dos gases poluentes deixou o ar menos tóxico, contribuindo para menos casos de doenças. Não há tanto lixo na rua e nem a poeira produzida pelos automóveis. Com isso, quando chove, menos poluição é levada até rios e mares", enumera

Ainda segundo Zee, a pandemia pode ser uma forma de maior conscientização ambiental. "A natureza não conseguia parar o homem. De repente, por obra do acaso, achou um jeito de pará-lo. Este momento criou a possibilidade de reflexão e observação. Devemos ser mais humanos e buscar uma relação mais ética e equilibrada com o meio ambiente", ressalta.

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