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O agente funerário é ilustrado na cultura popular como uma figura fria, que ganha a vida a partir da dor alheia. O desafio, porém, é o oposto: é preciso reconfortar a família e controlar as emoções para não desmoronar com ela.

"A gente lida com a venda do serviço, mas também temos sentimentos. Temos que amenizar os da família e os nossos. Isso é o mais importante: tratar como humano, mesmo, como se fosse da família da gente. A família fica conversando com a gente durante um tempo, desabafando. Isso é importante para o processo. Não é só escolher valores de urnas ou ornamentação", conta Bruno Barcellos.

"Durante a pandemia tem sido ainda mais sensível. Você convive com a pessoa dez, 15, 20, 40 anos, e não pode dar um último adeus. Você não pode abrir o caixão, mal colocar uma coroa de flores. Não tem cerimônia. Eu me ponho no lugar delas. Muitas vezes, a gente tem que se segurar para não chorar", comenta o agente Jorge Lino.

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