É um trabalho árduo, mas que traz muita alegria: feirantes proporcionam cores, aromas, frases divertidas e comidas gostosas
Por Gustavo Monteiro
Antes da quarentena, seu Valdir Britto, de 59 anos, era frequentador assíduo da feira de livre de domingo no Centro de Campo Grande, sempre por volta das 10h da manhã. "Gosto de ir para fazer compras e encontrar os amigos também", conta o construtor civil, que costuma gastar cerca de R$ 150 em cada vez. Entre os produtos preferidos estão as hortaliças e temperos (alface, cheiro verde, coentro etc) e caranguejo. "Não tenho ido por causa do isolamento, mas sinto falta", revela.
Segundo dados da Prefeitura, existem no Rio 162 feiras livres, sendo 34 delas na Zona Oeste: Bangu, Barra da Tijuca, Campo Grande, Cidade de Deus, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes e Santa Cruz. Jacarepaguá é o bairro que oferece mais opções: são 12 locais, em quase todos os dias da semana. Bangu e Realengo têm sete, cada. Nos demais, os moradores podem escolhe entre duas localidades (ver quadro abaixo).
Publicidade
É uma diversão. Além do colorido das frutas, verduras e legumes, e dos aromas, os gritos bem humorados dos feirantes para vender seus produtos tornam o ambiente ainda mais interessante. Neste Dia do Trabalhador, eles merecem todas as homenagens: além de madrugar, fazem as manhãs das comunidades mais felizes.
Cuidados na quarentena
Publicidade
Devido à pandemia, as feiras livres estavam suspensas desde o dia 22 de abril. Anteontem, porém, elas voltaram a funcionar por determinação do prefeito Marcelo Crivella. Mas a liberação tem algumas condições. Feirantes e ajudantes precisam usar máscaras, manter recipiente com álcool 70% em suas barracas e, ainda, atender somente o cliente que esteja usando equipamento protetivo. As barracas têm que respeitar o espaçamento entre elas.
Funcionamento com mais regras
Publicidade
No dia 24 de março, um pacote de medias do prefeito Marcelo Crivella para conter a disseminação do novo coronavírus determinou que as feiras livres do Rio passassem a funcionar em semanas intercaladas.
A determinação de suspender completamente as feiras foi publicada no dia 22 de abril e tinha previsão inicial de durar dez dias. A decisão, no entanto, revoltou feirantes, que argumentaram que a decisão foi tomada repentinamente, sem avisar aos profissionais, que já teriam comprado legumes e verduras.
Publicidade
Um dia após o decreto, eles fizeram um protesto no Ceasa de Irajá, na Zona Norte, o maior centro de distribuição de alimentos da cidade.
Na ocasião, o prefeito afirmou: "É um freio de arrumação importante para que evitemos aglomerações e a aceleração do contágio. A curva da doença é ascendente e não podemos brincar com a saúde das pessoas. Já houve um sacrifício até agora. Mais um pouco e já, já voltaremos à vida normal".
Publicidade
As equipes de fiscalização começaram a quarta-feira percorrendo as feiras. Todos os feirantes estão seguindo os compromissos firmados no Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Feiras na Zona Oeste
Publicidade
Barra - quinta e domingo Bangu – quarta, quinta, sábado e domingo Campo Grande – terça e domingo Cidade de Deus – quinta e domingo Jacarepaguá – terça, quarta, quinta, sábado e domingo Realengo – terça, quinta, sexta, sábado e domingo Santa Cruz – terça e sábado