Família da Zona Norte faz paródias com escolas de samba para fugir da rotinaDivulgação: Gelcimar Freitas
Por Anderson Justino
Publicado 12/04/2020 00:00

O que você tem feito para sair da rotina durante o isolamento social para conter a propagação da Covid-19? Conversado com a família através de plataformas de bate-papo? Fazendo exercícios? Conhecendo novos livros e filmes? Na Penha, Zona Norte do Rio, uma família encontrou uma maneira irreverente para passar o tempo e, de quebra, se unir ainda mais neste momento. 

Por iniciativa do músico Luiz Carlos Barbosa Júnior, conhecido como Júnior Bill, o grupo decidiu reproduzir apresentações de famosas comissões de frente das escolas de samba do Carnaval carioca. Tudo aconteceu por acaso, durante uma brincadeira com a família, filmada pela esposa e lançada nas redes sociais. 

"A gente vê tanta notícia ruim nos meios de comunicação que decidi arrumar uma maneira de distrair meus filhos e meus sobrinhos. Antes, eu brincava fazendo mágicas com eles, mas às vezes batia um tédio e não sabia o que fazer para passar o tempo sem repetir as mesmas coisas. Um dia, pegamos um pano e comecei a cantar o samba de 2010 da Unidos da Tijuca, 'Segredo'. Minha esposa filmou e jogamos no Facebook. A gente não tinha ideia de que aquilo causaria um alvoroço. As pessoas comentando, compartilhando e agradecendo porque o vídeo trazia um pouco de alegria para eles. As crianças decidiram não parar", revela Júnior Bill. 

Ao todo, eles já encenaram seis paródias de desfiles: Tijuca 2010; Grande Rio 2020; União da Ilha 2017; Vila Isabel 2019; Salgueiro 2020; Tuiuti 2018 e a mais recente, da atual campeã deste ano, a Unidos do Viradouro. O desempenho da família rendeu elogios de personalidades do Carnaval. 

Quem quiser conferir a família fazendo arte, os vídeos então no canal do YouTube Bill Sambatuque ou na página do Facebook Júnior Bill.

Varanda vira o Sambódromo
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As paródias são feitas na varanda da casa da família de Júnior Bill. As fantasias são criadas com o que eles têm em casa, até mesmo sobras de pano que iriam para o lixo. No início, as brincadeiras eram acompanhadas pelos filhos Luiz Felipe, de 9 anos, Lucas Gabriel, de 2, e pela sobrinha Júlia Christina, de 6. Mas após a repercussão, ganhou novos integrantes, como a mãe de Júnior, sua esposa e outros parentes. 
"Isso tem um significado importante na minha vida. Acabei descobrindo que com um simples vídeo eu não só consegui distrair e unir minha família, mas também muitos amigos e pessoas que eu nem conhecia. Acredito que acabei ajudando de alguma forma para que as pessoas pudessem se distrair neste momento de pandemia", diz. 
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Mangueirense de coração, Júnior conta que seu primeiro desfile foi no Carnaval de 1986 pela Acadêmicos do Salgueiro, quando ainda estava na barriga da mãe. 
"Minha infância foi bem sofrida. Meu pai foi embora quando eu tinha nove anos. Por muitos anos, eu acompanhei minha mãe nas escolas de samba. Isso fez com que meu carinho aumentasse pelo samba. Fico feliz por poder levar alegria para algumas pessoas". 
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