Setor mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, o comércio sofre com os efeitos do fechamento de estabelecimentos não-essenciais em tempos de quarentena. Em meio a demissões, reduções salariais e alto prejuízo, lojistas se viram como podem para pagar as contas e manter os negócios em ordem.
Paraíso dos shopping centers — 40% dos existentes na cidade — e recheada de centros comerciais, a Zona Oeste sofre com os efeitos da pandemia, e o medo do desemprego e da falência assola os moradores da região. Enquanto a vida não volta ao normal, alguns se viram como podem tirar uma grana extra. É o caso de Thiago Monteiro, dono das empresa Fast Print, no calcadão de Bangu. Com a loja fechada por causa da pandemia, ele tem investido o tempo em outro empreendimento.
"Estamos usando a reserva que tínhamos para pagar somente as contas essenciais. A minhas, do meu sócio e do nosso funcionário, porém, só temos reserva para este mês. Atualmente, comecei um projeto para venda de pizza congelada em casa, para tentar cobrir pelo menos os custos das despesas", conta Thiago.
Com o faturamento quase zerado, tem sido difícil até manter o único funcionário da empresa. A solução, por enquanto, vai ser ajudá-lo como for possível. "Pedimos a ele (funcionário) uma lista de suas contas essenciais e temos tentado arcar com pelo menos esse custo, já que não conseguimos nessa condição pagar o salário dele completo", explica o empreendedor.
Já nos shoppings, os funcionários que ainda têm emprego torcem para que a pandemia chegue ao fim, antes que a demissão seja inevitável.
"Trabalhei até o dia 18. No outro dia, já tinham demitido dezenas de pessoas", conta Bruno, que trabalha em uma loja no Barra Shopping. Agora, ele teme que chegue a sua vez. "Não sei como vai ser, porque o shopping vai continuar fechado", completou.
No caso de Lilian, que trabalha em uma loja de roupas no West Shopping, o salário será reduzido em cerca de 50%, assim como a jornada de trabalho. Atualmente, ela trabalha em casa, fazendo atendimentos pelo site da empresa, e a comissão caiu muito.
"Não é igual a estar na loja física. Vou receber cerca da metade do que estou ganhando", lamenta a funcionária.
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