Cariocas não veem a hora de voltar a aproveitar a cidade, trocar ideias e curtir a praia, o chope e as rodas de samba
Por Gabriel Sobreira
Publicado 27/04/2020 00:00
Resenha, churrasco, malhar... A quarentena tem feito muito carioca sentir saudade daqueles velhos hábitos sagrados do dia a dia. Em pesquisa quantitativa online, dividida por categorias, a ESPM Rio constatou que moradores da cidade confessam sentir falta especialmente do chope gelado (46%), do barulho das ondas (34%) e do abraço de amigos e parentes (84%). Tem quem sinta falta de olhar o verde da natureza (62%) e que diz que é puxado não ver o movimento agitado de bares (45%) e o vai e vem das pessoas (39%). Quem não? E você? Qual sua saudade?
"Minha mãe que me desculpe, mas depois dessa quarentena eu vou ficar uns dez dias fora de casa para matar a saudade dos amigos, beber uma boa cerveja, pegar a primeira roda de samba que eu vir pela frente e vou sambar como se não houvesse amanhã", avisa com antecedência o filho da dona Nancy, o passista da azul e branca Portela e vendedor autônomo Igor Conceição, de 28 anos.
Para a psicóloga Renata Bento, a sensação de saudade é algo muito natural. "A característica principal do carioca é a descontração. É uma alegria, uma forma de desenvoltura que combina muito com a liberdade, o ir e vir. E essa privação de liberdade, justamente promovida por toda essa conjuntura atual, acaba colocando o carioca em uma situação invertida, onde ele precisa voltar para dentro de casa, para dentro dele", observa.
"O isolamento para o carioca, que é um povo extremamente aberto aos encontros com outros, gera um incômodo muito grande, principalmente quando a gente sabe que precisa ficar em casa diante de uma natureza que é convidativa. Ela nos convida a todo tempo a estar de encontro com ela. Lógico que a gente sabe que (a quarentena) vai passar. Mas é um momento onde é preciso parar, ficar em casa, caber dentro", frisa a psicóloga Renata.
Igor Conceição, 28 anos
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Karen Abdala, 18 anos
Ana Luisa Antunes, 31 anos
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Marcelo Saraiva, 36 anos
Camila Saraiva, 40 anos
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Bruno Morais, 38 anos
Brunna Condini, 42 anos
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A jornalista Brunna Condini (ao centro, na foto) sente mesmo é falta de abraçar as pessoas. “Sou muito afetiva, sempre estou com meus amigos, minha família”, conta ela. Fã de receber gente em casa para tomar um vinho, cerveja ou bater-papo até altas horas, Brunna confessa que sente muita falta dessa troca. “Depois da quarentena, acho que vou ter que fazer rodízio de pessoas aqui em casa porque a minha vontade é botar todo mundo junto dentro de um espaço só”, confidencia ela, que está há mais de 40 dias em isolamento. “Quando tudo passar, vou encontrar com as pessoas o mais rápido possível, a programação vai ser intensa”, promete, aos risos.
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Igor Conceição quer logo voltar a fazer resenhas e curtir com os amigosAcervo Pessoal
Marcelo Saraiva fala que gostaria de rever os pais, os amigos e voltar a praticar trilhasAcervo Pessoal
Karen Abdala sente falta do movimento de Madureira no calçadão e do mercadãoAcervo Pessoal
Camila Saraiva (com os pais e o marido, Vitor Muniz) sente saudade dos pais, do trabalho e dos alunosAcervo Pessoal
Bruno Morais sente falta de ir à academia, ao teatro e poder visitar a casa da minha mãe, que é do grupo de riscoAcervo Pessoal
Brunna Condini (entre a mulher, Carolina Peres, e a amiga Eduarda) quer logo voltar a receber familiares e amigos em casaAcervo Pessoal
Ana Luisa Antunes sente falta de malhar e de confeitariasAcervo Pessoal
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