Movimentação na orla de Copacabana: o uso de máscaras tem dado a falsa sensação de proteção total contra a covid-19 - Reginaldo Pimenta
Movimentação na orla de Copacabana: o uso de máscaras tem dado a falsa sensação de proteção total contra a covid-19Reginaldo Pimenta
Por Julia Noia*

A cena tem se repetido todos os dias: em calçadões da orla, muitos cariocas não abriram mão de praticar exercícios e passear, desrespeitando as recomendações de isolamento social. O preço é alto. O número de casos e mortes por covid-19 cresce a níveis alarmantes, e especialistas trazem más notícias. Segundo projeções de um grupo do Instituto de Matemática da UFRJ, até 19 de maio, a capital fluminense deve contabilizar cerca de 14 mil casos.

"O Rio de Janeiro tem, atualmente, uma curva muito agressiva, quase exponencial. Nossa última projeção aponta que, até o dia 15 de maio, deve ter por volta de 11.700 casos no Rio e, no dia 19, pode chegar a 14 mil", explica o professor Heudson Mirandola. Desde o começo da pandemia, ele trabalha em conjunto com os professores Bernardo Freitas e Ricardo Rosa, do Instituto de Matemática, para gerar projeções sobre o número de casos a partir dos dados coletados pela prefeitura e, semanalmente, fazem correções das estimativas para o Centro de Operações.

Atualmente, a taxa de isolamento no Rio é de cerca de 67%, mas, para o matemático, precisa aumentar mais para se conseguir achatar a curva de casos. "O cenário ideal seria o de três quartos da população em isolamento social, para observar uma queda rápida nos números da doença", atesta. Para Mirandola, a forma mais eficaz para a manutenção dessa taxa é o lockdown (isolamento total), para evitar o contágio nas ruas.

 * Estagiária sob supervisão de Bete Nogueira

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