Hospital São José foi comprado e reformado pela Prefeitura de Duque de Caxias - Reginaldo Pimenta
Hospital São José foi comprado e reformado pela Prefeitura de Duque de CaxiasReginaldo Pimenta
Por Lucas Cardoso

A Agência Nacional de Saúde (ANS) informou, ontem, que começa a cobrar a partir desta semana informações sobre a quantidade e a ocupação das vagas na rede privada do país. Com mais de 5 milhões de clientes só no Rio de Janeiro, as operadoras de planos de saúde terão que prestar contas à agência também sobre o número de pacientes inadimplentes e o impacto causado pelos gastos extras com equipamentos de proteção individual (EPIs). Segundo painel do Ministério da Saúde, a rede privada no Rio tem o dobro de leitos de UTI da Rede SUS.

"Esse conjunto de informações, somado a outros dados que a ANS já dispõe, como o monitoramento das demandas registradas por consumidores junto aos canais de atendimento da reguladora, permitirá uma análise mais aprofundada da situação, sendo de grande relevância para subsidiar a adoção de medidas em prol da sustentabilidade do setor durante e no pós-crise", destacou o diretor-presidente substituto da ANS, Rogério Scarabel.

De acordo com a agência, além das informações sobre os leitos, as operadoras de saúde também precisarão compartilhar dados financeiros, como balanços do fluxo de caixa (que antes eram enviados a cada trimestre) e gastos das operadoras com pacientes diagnosticados com a covid-19.

Reclamações

Em relatório atualizado diariamente pela ANS, somente nas últimas duas semanas foram registradas 234 reclamações de assuntos relacionados ao novo coronavírus. Dentre essas queixas, mais da metade eram sobre a não cobertura do teste RT-PCR, usado para diagnosticar o vírus. Isso embora o procedimento já conste no Rol de Procedimentos Obrigatórios da ANS, que regula as coberturas dos planos de saúde desde 13 de março.

O auxiliar administrativo, Diego Ferreira, de 36 anos, teve problemas para conseguir realizar o exame e precisou recorrer à agência nacional para cobrar seu direito. "Já não bastasse todo o transtorno que a doença causa, você ainda precisa passar por uma jornada para descobrir que tem o vírus. Aí você fica de quarentena, passa por esse sufoco e, no nosso caso, melhora, mas depois acha que vai conseguir fazer o exame para saber se já está curado e, de novo, outra briga para ter cobertura. É desgastante demais", conta o morador de São Gonçalo, que aguarda para fazer o exame há mais de duas semanas.

Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), quando solicitado pelo médico, as operadoras de saúde são obrigadas a oferecer rede credenciada para a realização do teste do novo coronavírus. Do contrário, o paciente poderá requisitar o reembolso.

 

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