Nem mesmo a chuva que atingiu a região, ontem, foi capaz de impedir o vai e vem de pessoas nas ruas do centro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, no primeiro dia de funcionamento das medidas mais rigorosas de isolamento social, chamado pelo prefeito Marcelo Crivella como "lockdown parcial". Agentes da Guarda Municipal montaram bloqueios com grades impedindo apenas a circulação de pedestres no calçadão. Em outros pontos ao redor da região, no entanto, houve aglomerações, principalmente nas portas das agências bancárias.
O prefeito disse que o próximo alvo do lockdown será no Calçadão de Bangu, a partir de hoje. Crivella também afirmou que a medida pode ser adotada em centros comerciais de outros bairros da Zona Oeste, como Santa Cruz e Realengo. Comércios não essenciais e ambulantes atuam nessas regiões.
O secretário de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca, disse que a prefeitura pretende adotar medidas mais radicais, caso as novas ordens não sejam respeitadas pela população. Inicialmente, o bloqueio no Calçadão de Campo Grande vai durar 7 dias, mas pode ser estendido.
Somente funcionários de atividades essenciais, como de farmácias, agências bancárias e supermercados estão autorizados a circular pelas ruas. A medida mais rigorosa tenta frear o avanço dos casos da covid-19 na região.
A decisão de fechar a passagem ao calçadão gerou discussão entre a população. Para a empregada doméstica Flávia França, de 41 anos, a medida deveria ser mais flexível. "É importante para frear o avanço da doença, mas impedir as pessoas de terem o direito de ir e vir já é demais. Pra chegar na estação do trem, a gente precisa fazer outro trajeto", reclamou.