Crivella concede entrevista coletiva no Riocentro - RICARDO CASSIANO/AGÊNCIA O DIA
Crivella concede entrevista coletiva no RiocentroRICARDO CASSIANO/AGÊNCIA O DIA
Por O Dia

Rio - O prefeito Marcelo Crivella confirmou, em entrevista coletiva na sexta-feira (22), que vai discutir com o Conselho Científico uma proposta de reabertura gradual das atividades econômicas na cidade do Rio. Crivella disse que a Prefeitura "começa a chegar em um ponto de muita dificuldade" por conta do fechamento do comércio.

"Com a redução da velocidade e com os leitos sendo abertos, nós estamos realmente com a esperança de que possamos retornar gradativamente, prudentemente, com segurança, às atividades na cidade do Rio de Janeiro", explicou, sem dar prazo para a medida. "Para não haver especulações, a gente precisa seguir com muita segurança, para passar os critérios sagrados, dos quais não abrimos mão, para manter a segurança da nossa cidade, do nosso povo. Estamos com a velocidade de contaminação caindo. A população, me parece, já se habituou ao uso da máscara".

A dificuldade na arrecadação do município, segundo o prefeito, é um dos pontos que pesam a favor da flexibilização das atividades. "Não estamos mudando as medidas (de isolamento total em alguns bairros do Rio). Elas serão válidas até o dia 25. É importante que as pessoas saibam que elas (as medidas) estão dando resultado. Nossa secretária de Fazenda disse sobre o grande impacto na arrecadação. Como vamos cuidar dos nossos pacientes amanhã com a falta absoluta de recursos? Precisamos olhar a floresta e não só uma árvore", argumentou.

Na entrevista coletiva, o prefeito também confirmou que a rede municipal adotou a cloroquina no tratamento de pacientes com COVID-19. Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde divulgou um plano de orientação para o uso do medicamento até em pacientes com sintomas leves da doença. A polêmica sobre a liberação da cloroquina foi o estopim para a saída dos últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

"Há uma grande divergência entre os próprios médicos. Porém, o Ministério da Saúde estabeleceu uma série de normas que estamos seguindo. Conversei com a doutora Bia (Beatriz Busch, secretária de Saúde do município). Está dentro do protocolo de cada hospital, de cada médico, que tem essa possibilidade", afirmou Crivella.

Painel da Prefeitura deixou de mostrar número de óbitos

O Painel Rio COVID-19, atualizado diariamente pela Prefeitura, deixou de mostrar os óbitos causados pelo vírus nos últimos dias. Segundo Crivella, a Prefeitura está estabelecendo novos critérios "para não haver divergência entre mortes 'com' coronavírus e mortes 'de' coronavírus". "É preciso saber se a pessoa morreu com coronavírus ou de coronavírus. Estamos decidindo para estabelecer padrão, um método seguro, para a gente passar para população uma informação que seja real. Assim que a nossa comisão estiver estabelecido os parâmetros, teremos informações no painel", garantiu.

Bolsonaro pede retorno do futebol carioca

Na quinta-feira, Crivella esteve em Brasília e se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro, que pediu ao prefeito o retorno do futebol carioca. "Nós estamos propondo no Conselho Científico uma estratégia de retorno. Ela é rigorosa. Mas, agora, faço um apelo, para que as medidas sejam obedecidas. Se os clubes que nós amamos não respeitam, então as pessoas em casa ficam desistimuladas a respeitar", pediu.

Prefeitura anuncia corte no auxílio transporte dos servidores em teletrabalho

A secretária de Fazenda, Rosemary de Azevedo, anunciou medidas de redução nas despesas, como o corte de 25% do valor dos contratos do município.Servidores que estão em regime de teletrabalho terão o auxílio transporte suspenso. O anúncio vai gerar, segundo a Prefeitura, uma economia de R$ 11 milhões. "Estamos fazendo a suspensão do pagamento do auxílio transporte de quem está operando em teletrabalho. Não temos condições de manter isso. São recursos considerados que poderão ser acrescidos nesse esforço para dar conta aos recursos necessários. Só no auxilio transporte é uma economia de R$ 11 milhões", justificou o secretário especialAilton Cardoso da Silva.

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