O deputado André Corrêa chegou a ficar preso preventivamente por um ano. Ele disse que vai reassumir o mandato ao longo da semana que vem - Estefan Radovicz / Agência O Dia
O deputado André Corrêa chegou a ficar preso preventivamente por um ano. Ele disse que vai reassumir o mandato ao longo da semana que vemEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por Gabriel Sobreira

O deputado estadual André Corrêa (DEM) está autorizado a reassumir o seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou anteontem uma liminar da 13ª Vara de Fazenda Pública que impedia a posse do deputado ao cargo. Em novembro de 2018, Corrêa foi detido, com outros parlamentares, na operação Furna da Onça, que investigava desvio de recursos públicos na gestão do ex-governador Sérgio Cabral. Ele chegou a ficar mais de um ano preso preventivamente.

"(Irei assumir) Ao longo da semana que vem. A decisão irá se estender aos outros (deputados)", afirmou.

Em nota, Corrêa se diz inocente. "Aos poucos, a justiça vai sendo restabelecida. André Corrêa foi retirado de sua casa sem nenhuma instância de julgamento. Esteve preso por um ano sem ser julgado, muito menos condenado, não tendo se quer ainda ter tido o direto de depor perante ao juiz. André Corrêa é inocente e volta à Assembleia de onde nunca deveria ter saído", frisa.

A assessoria da Alerj informou que a Casa não havia sido notificada e que se pronunciaria quando houvesse posicionamento. O advogado Felipe Santa Cruz, que representa Corrêa, foi procurado por ODIA, porém não retornou. A PGR não se posicionou até o fechamento da edição se recorreria da decisão do STF.

PF: movimentação de R$ 54 milhões
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Em novembro de 2018, a Operação Furna da Onça começou a investigar um possível esquema de recebimento de propina que varia entre R$20 mil e R$ 100 mil para deputados votarem conforme o interesse do governo estadual à época. E, de acordo com a Polícia Federal, teria movimentado, no mínimo, R$ 54 milhões.
Menos de um ano depois, em outubro, a ministra Cármen Lúcia, do STF, decidiu que era incumbência da Alerj dizer se Corrêa e os demais deputados presos continuariam detidos ou não. Além de Correa estavam envolvidos Marcus Vinicius Neskau (PTB), Marcos Abrahão (Avante), Luiz Martins (PDT) e Chiquinho da Mangueira. A soltura dos parlamentares foi decidida por deputados estaduais por 39 votos a favor da soltura por 25 contra.
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Com a decisão do ministro Dias Toffoli e o retorno de Corrêa à Alerj, Carlo Caiado, seu suplente, deixa o posto e deve retornar à Câmara Municipal do Rio.
O nome operação (Furna da Onça) é porque na Assembleia Legislativa do Rio tem uma sala localizada ao lado do plenário da Casa, usada para reuniões breves entre as sessões. Lá, os deputados podem ter reuniões particulares e recepcionar convidados.
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