Bianca Regina, jovem baleada na localidade conhecida como Brejo - Reprodução
Bianca Regina, jovem baleada na localidade conhecida como BrejoReprodução
Por Anderson Justino

No dia em que começou a valer a determinação do governador Wilson Witzel, que suspende as operações dos órgãos estaduais de segurança em comunidades do Rio quando estiver acontecendo qualquer tipo de ação social, um novo episódio envolvendo a Polícia Militar terminou com um morador de favela baleado. A jovem de 22 anos, Bianca Regina Oliveira, foi baleada na cabeça, por volta das 10h de ontem, quando estava dentro de casa, na região conhecida como Brejo, na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio.

"Ela estava deitada e tinha acabado de levantar para pegar o celular na sala. Foi nesse momento que ela foi baleada, estava com um tiro na cabeça. Minha nora estava dentro de casa e aconteceu isso. O tiro veio da reta onde os policiais estavam, na reta do Vasco", contou Carla Regina, sogra da jovem. 

A moça é a terceira vítima baleada em comunidades da Região Metropolitana em um curto espaço de uma semana. Segundo a plataforma Fogo Cruzado, em 2020 14 pessoas foram baleadas dentro de casa, destas, nove morreram. A Polícia Civil investiga a autoria do disparo.

Bianca foi socorrida e levada para a UPA da Cidade de Deus e, em seguida, transferida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul. Lá, segundo familiares, a jovem passou por cirurgia para a retirada da bala que ficou alojada. A Secretaria Municipal de Saúde divulgou que ela foi atingida na cabeça, na região próxima a orelha, e que o estado de saúde da jovem é estável.

"A Bianca é quieta, calma, caseira. Trabalha, faz a faxina dela, mais nada. Não tem passagem pela polícia, nunca fez nada de mal para ninguém. Ela estava dentro de casa. A gente fica a mercê disso. Se o coronavírus não mata a gente, a polícia mata. Está muito difícil. Tenho um filho de 14 anos, que tenho que deixar ele em casa, se não, eles acham que é bandido e atiram. Lá é assim. A gente tem que sair correndo, deitar no chão. É sempre assim", desabafou a prima da vítima, Camila Rangel. 

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