Disputa acontece em um momento importante, em meio a uma pandemia e às vésperas do início da produção em massa da vacina contra a covid-19 - Peter Ilicciev/Fiocruz
Disputa acontece em um momento importante, em meio a uma pandemia e às vésperas do início da produção em massa da vacina contra a covid-19Peter Ilicciev/Fiocruz
Por O Dia

Em 1900, a peste bubônica assolava o Brasil e sua alarmante taxa de contágio levou o epidemiologista Oswaldo Cruz a fundar o Instituto Soroterápico Federal. O objetivo era iniciar a fabricação de soros no combate à doença. Agora, 120 anos depois, a Fundação Oswaldo Cruz, renomeada em homenagem ao epidemiologista, continua na linha de frente no enfrentamento de mais uma doença que assola o Brasil: o novo coronavírus. 

Desde o começo da pandemia, a Fiocruz tem investido em pesquisas e produção de testes para a covid-19, além de estudar o desenvolvimento de uma vacina para a doença. Durante videoconferência para celebrar os 120 anos da instituição, a presidente Nísia Trindade ressaltou que, devido ao aparato tecnológico da Fiocruz, a fundação vai produzir mais de 11 milhões de testes moleculares até setembro. "Estamos dedicados e teremos reunião hoje (ontem) para pensar essa prospecção para o desenvolvimento e produção de uma vacina", afirmou Nísia.

Na corrida para a imunização, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) avalia possíveis parcerias para a produção da vacina. Em Minas Gerais deverá ter parceria com o Instituto Nacional de Tecnologia em Vacinas para usar o vírus influenza para gerar resposta imunológica. A fundação coordena o Solidariedade, ensaio clínico da Organização Mundial da Saúde para avaliar, com agilidade, a eficácia de medicamentos no combate à doença.

Durante a videoconferência, Nísia apresentou o projeto do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde, em construção em Santa Cruz, na Zona Oeste. O centro é o maior investimento em biotecnologia feito no país e, quando em funcionamento, vai aumentar a capacidade de produção de vacinas e biofármacos da Fiocruz, de 20 milhões para 120 milhões.

O terreno de 580 mil metros quadrados é fruto de contrato firmado entre a fundação e a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio (Codin), e o governo federal já investiu R$ 700 milhões. No final do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou mais R$ 3 bilhões para a construção, ainda sem data de inauguração.

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