Witzel  - Philippe Lima/ Divulgação
Witzel Philippe Lima/ Divulgação
Por O Dia
Rio - Depois de atacar o presidente Jair Bolsonaro por causa da Operação Placebo, realizada pela Polícia Federal nesta terça-feira, o governador Wilson Witzel (PSC) mirou o procurador-geral da República, Augusto Aras, de quem, segundo ele, partiu a ordem para a ação de ontem. 
"Vou tomar providências junto ao Senado da República, ao Conselho Nacional do Ministério Público, porque essa investigação, chegou ao meu conhecimento, partiu de dentro do gabinete do procurador-geral da República", Witzel criticou, durante entrevista à TV Globo, nesta manhã.
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O governador, a esposa Helena Witzel e outros membros do alto escalão do governo do estado são alvos de investigação do Ministério Público Federal (MPF). De acordo com o MPF, há um esquema de corrupção envolvendo a OS Iabas, contratada para a instalação de hospitais de campanha do Rio, e agentes públicos durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Durante a operação de ontem, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, na casa onde ele morava antes de ser eleito, no Grajaú, e em outros nove endereços.
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"Se essa investigação partiu de conluios do procurador-geral da República para induzir erros, porque nada vai ser encontrado, responsabilidades terão que ser assumidas pelo procurador-geral da República, pelo presidente. Nós não vamos parar enquanto não suspendermos isso", reforçou.
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Witzel defendeu a mulher, dizendo que ela vai apresentar sua defesa nos próximos dias e disse que pedirá oficialmente o depoimento do ex-subsecretário Gabriell Neves, que serviu de base para a operação de ontem. 
"A busca e apreensão não resultou em absolutamente nada. Nós vamos desmontar isso tudo e vamos fazer a nossa defesa", reforçou. "Volto a dizer: isso é uma perseguição política e nós vamos desmascarar porque isso não é só comigo. Estão querendo fazer isso com todos os governadores".
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COMBATE À PANDEMIA
O governador voltou a dizer que a ajuda anunciada pelo governo federal para os estados durante a pandemia é insuficiente. 
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"A União não está nos dando nenhuma ajuda. Os ministros da Saúde estão sendo trocados. Os estados estão sozinhos junto com os municípios, totalmente descoordenados, a nível nacional, e isso não podia dar certo. Só não está pior porque os governadores assumiram o protagonismo, senão nós tínhamos empilhados corpos nas ruas e muita gente estaria sofrendo", defendeu.
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Witzel voltou a atacar o presidente Jair Bolsonaro, dizendo que ele estimula as pessoas a saírem nas ruas. 
"Quem não está tendo sucesso é o presidente da República, que estimula as pessoas a irem para a rua, o presidente da República que ataca os governadores, ataca os prefeitos, demora para a ajudar no envio das verbas federais que vão ajudar os estados a pagar essas contas", criticou.
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O DIA procurou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Presidência da República, para saber se vão se manifestar sobre as declarações de Witzel.