A busca por um lar para animais abandonados incentivou a criação da campanha Adote.Visa, iniciativa da Vigilância Sanitária  - fotos de Ricardo Cassiano
A busca por um lar para animais abandonados incentivou a criação da campanha Adote.Visa, iniciativa da Vigilância Sanitária fotos de Ricardo Cassiano
Por Julia Noia*
Rio - A luta contra a covid-19 e as dificuldades para conseguir um leito de tratamento estão entre as principais preocupações dos fluminenses durante a pandemia. Nesse momento reflexivo da solidão decorrente do isolamento social, o altruísmo e a companhia renovam as esperanças em dias melhores. Iniciativas de adoção de animais resgatados das ruas lutam para garantir um lar acolhedor aos bichanos, e uma companhia prazerosa para dividir as angústias em tempo de covid-19.
A busca por um lar para animais abandonados incentivou a criação da campanha Adote.Visa, iniciativa da Vigilância Sanitária iniciada na quinta-feira, dia 28. Depois de castrados, vacinados e microchipados, os 202 bichanos resgatados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em Santa Cruz, na Zona Oeste, e pelo Instituto Jorge Vaitsman, em São Cristóvão, na Zona Norte, aguardam uma casa para chamar de sua.
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Do total, 16 bichanos sofreram acidentes de carro ou viviam em condições de maus-tratos e, em muitos casos, precisam fazer cirurgia de amputação da patinha, como é o caso de Tiziu, de 2 anos, e Amarelo, de 5 anos.
"A criação do projeto foi motivada principalmente pelos animais que resgatamos das ruas, muitas vezes mutilados. No CCZ, conseguimos providenciar tudo para eles, menos um lar acolhedor, e é por isso que incentivamos que as pessoas adotem", explica Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária.
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A adoção pode ser realizada por maiores de 18 anos nas duas unidades da Vigilância Sanitária, basta apresentar documento de identificação e comprovante de residência, e todos os animais recebem tratamento veterinário gratuito. O agendamento da visita pode ser feito pelos e-mails adote.visaijv@gmail.com ou adote.visaccz@gmail.com.
Cuidado com solidariedade
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As adoções durante a pandemia também trazem realização e felicidade para Márcia Moreira, moradora do Recreio, bairro da Zona Oeste. Ela começou a organizar as adoções em 2017, quando resgatou e acolheu Einstein, um gato totalmente cego de apenas 8 meses. Logo em seguida, Márcia reuniu duas amigas para começar o Projeto Candy Cats, iniciativa para resgatar gatos em condição de rua e, depois de castrados e vacinados, procurar um novo lar para os filhotes.
Durante a pandemia, Márcia imaginou que não conseguiria encontrar um lar para os filhotes, mas teve uma surpresa agradável.
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"Nós achamos que o número de adoções diminuiria muito, mas como as pessoas estão muito em casa, têm mais disponibilidade de tempo para adotar. Percebemos que as pessoas que nos procuravam viam nos filhotes um amigo para dividir as angústias e o sofrimento de estar passando por esse momento tão difícil", conta Márcia.
Desde o começo da pandemia, o projeto encontrou um lar para 20 filhotes e um gato adulto, todos resgatados das ruas. A vacinação e o tratamento de doenças é feito pelas integrantes do projeto ou amigos que desejam contribuir.
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 Estagiária sob supervisão de Max Leone