Por O Dia

O clima tenso na Câmara dos Vereadores se intensificou na tarde da última quinta-feira. Em discussão em um grupo institucional no WhatsApp, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) enviou mensagens de cunho agressivo e xingamentos direcionados às bancadas do PSOL e do PT, representações de esquerda da Casa. O envio foi feito por um número de celular não identificado. Em suas mensagens, o filho do presidente Jair Bolsonaro utilizou linguajar chulo e chamou os vereadores de "merdas". 

Segundo Renato Cinco (PSOL), os vereadores Reimont (PT) e Tarcísio Motta (PSOL) reclamaram da mensagem "Vai tomar no c*, PT e 'Piçóu'. Vamos avançar, seus m*", enviada pelo telefone sem identificação. Tarcísio perguntou se Carlos havia trocado de número e, em resposta, o vereador do Republicanos disse que o parlamentar do PSOL tinha "sentado em cima do outro", em referência ao seu peso.

"Ele me respondeu com cometário gordofóbico e homofóbico em um grupo institucional. É de uma imaturidade impressionante. Em nenhum momento fizemos xingamentos a ele. Carlos não sabe fazer debate político, apenas parte para o ataque. Esperava mais do vereador eleito com o maior número de votos no Rio", criticou Tarcísio.

Renato Cinco publicou as mensagens em uma rede social e Carlos Bolsonaro assumiu a autoria nos comentários da publicação, além de alegar que, ao divulgar as conversas, o parlamentar estaria "ferindo sua intimidade" e "colocando sua vida em risco". Ainda em resposta à postagem, Bolsonaro ameaçou tornar públicos os números de todos os vereadores mas, após reclamações de colegas da Câmara, dentre eles Rosa Fernandes (PSC), pediu desculpas e informou que estava nervoso.

Após o transtorno nas redes sociais, o presidente da Casa, Jorge Felippe (DEM), pediu que Cinco deletasse a publicação. Apesar dos xingamentos direcionados à bancada do PSOL, os parlamentares do partido não possuem o número mínimo de assinaturas para entrar com representação na Comissão de Ética da Câmara. Procurado, o vereador Carlos Bolsonaro não se pronunciou sobre a troca de mensagens. 

Ataques constantes a vereadores
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As agressões de Carlos Bolsonaro a parlamentares do PT e do PSOL geraram indignação. Mas a falta de respeito aos vereadores filiados a partidos de esquerda é anterior à pandemia. Em junho de 2019, o filho de Jair Bolsonaro, em resposta aos questionamentos referentes à prisão do sargento que transportava 39 quilos de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira, chamou o vereador Reimont (PT) de "vereador cabeça de balão" e afirmou que Tarcísio Motta (PSOL) deveria ir à Venezuela fazer um regime porque "estava muito gordinho". 
Durante o mês de abril, Carluxo seguiu com ataques e mensagens desrespeitosas a parlamentares no grupo oficial da Câmara dos Vereadores. No dia 14 de abril, perguntou, durante uma discussão, se o vereador Babá (PSOL) fumava maconha. No dia 16, questionou se o parlamentar Leonel Brizola, também da legenda, "fumava ou cheirava", em referência à maconha e à cocaína, respectivamente. 
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