Witzel e Edmar Santos quando estava à frente da pasta da Saúde: governador envolvido em suspeitasAndré Melo
Por O Dia
Publicado 17/05/2020 16:41 | Atualizado 17/05/2020 16:51
Rio - A crise política na gestão da saúde fluminense ganhou protagonismo mesmo com o grave cenário da pandemia de covid-19. O governador Wilson Witzel demitiu neste domingo o secretário de Saúde, Edmar Santos, à frente do cargo desde a posse, em janeiro do ano passado. A decisão foi tomada 10 dias após a prisão de cinco integrantes da secretaria, acusados pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) de irregularidades na compra emergencial de respiradores. Quem deve assumir a pasta é o médico Fernando Ferry, diretor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Ele se reuniu ontem com Witzel e o núcleo do governo. A exoneração ainda não foi publicada no Diário Oficial.
A decisão de demitir o secretário de Saúde é consequência da operação Mercadores do Caos, do Ministério Público do Rio (MPRJ) e da Polícia Civil. A secretaria está em crise há um mês, período mais crítico até agora no combate à pandemia. No dia 20 de abril, Gustavo Borges da Silva substituiu Gabriell Neves na subsecretaria de Saúde. No dia 7 de maio, os dois foram presos na operação do MPRJ, que apontou um esquema de fraude para desviar recursos da compra de equipamentos no combate ao coronavírus, como respiradores. O fato de ter substituído Neves por Gustavo Borges, outro acusado de irregularidade, aumentou o desgaste de Edmar Santos. Até a última sexta-feira, 44 dos 66 contratos emergenciais firmados pelo governo durante a pandemia foram cancelados por irregularidades.
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Fernando Ferry ainda conversará com Witzel, mas deve ser o próximo secretário de Saúde. Diretor geral do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Unirio, Ferry é especialista no tratamento clínico da AIDS. Em setembro do ano passado, já como diretor do Gaffrée e Guinle, foi personagem na imprensa por dirigir uma ambulância para ajudar no socorro às vítimas do incêndio no Hospital Badim, da Tijuca.