Moradores de Campo Grande sofrem com a redução da frota de ônibus no bairroDanillo Pedrosa
Por Danillo Pedrosa
O que já era ruim podia ficar pior. Depender do transporte público nunca foi uma tarefa fácil para moradores da Zona Oeste, acostumados a aguardar horas em pontos de ônibus, mas a pandemia do novo coronavírus deixou a espera ainda mais demorada. Com a frota reduzida, muitas linhas simplesmente desapareceram, dificultando a locomoção de milhares de cariocas.
Linhas como 830 (Campo Grande-Serrinha) e 841 (Campo Grande-Vilar Carioca), operadas pela Pégaso, praticamente sumiram. Isaura Gonçalves, de 80 anos, por exemplo, precisa pegar o 840 (Campo Grande-São Fernando), e a espera tem sido ainda mais longa.
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"Não fico menos de uma hora nessa fila. Quando estou vindo, é pior. Isso quando não passam direto do ponto", conta Isaura, que aguardava no ponto sob a cobertura improvisada com papelão, madeira e plásticos.
Ponto final do 840 tem cobertura improvisada. A espera costuma ser bem longa Danillo Pedrosa
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Para chegar na comunidade da Carobinha, o transporte alternativo se tornou a única opção para a maioria dos moradores, já que os ônibus que vêm de Campo Grande se limitam a deixá-los na Avenida Brasil.
"Os ônibus me deixam muito longe de casa, então tenho que pegar uma van", explica Patrícia.
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Já Jorge Eripe, de 76 anos, só precisa pegar um ônibus que passe pela Estrada da Posse. As opções são muitas e o trajeto é pequeno, mas, ainda assim, costumam demorar.
"Sempre foi ruim, não é de agora. É muita pouca vergonha existente no sistema", analisa Jorge.
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"Frescões" não faltam
Moradores de Campo Grande sofrem com a redução da frota de ônibus no bairroDanillo Pedrosa
Motoristas sem salários
Moradores de Campo Grande sofrem com a redução da frota de ônibus no bairroDanillo Pedrosa
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O perrengue se estende também aos motoristas de ônibus, que já sofriam com a crise financeira muito antes da pandemia. Na Pégaso, que enfrenta grave recessão, funcionários alegam que já não recebem da empresa há quatro meses.
"O único dinheiro que entrou nesse tempo foi a porcentagem que o Governo paga do salário, porque a empresa resolveu aproveitar a medida provisória", afirma um motorista, referindo-se à MP 936, que permite que o Governo arque com uma porcentagem do salário. Mas a Pégaso ainda não arcou com a sua parte.
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Já na Jabour, a maior parte dos motoristas entrou de férias quando a quarentena começou, e muitos eram obrigados a assinar pedidos de dispensa do trabalho em vários dias. Agora, porém, eles já voltaram a trabalhar com a carga horária reduzida, seguindo as instruções da MP 936.